Fernando Santos explica as convocatórias de Ricardo Carvalho e Tiago, garantindo que não há nestas escolhas nada contra Paulo Bento.

Fernando Santos explicou as chamadas de Ricardo Carvalho e Tiago à seleção nacional com a justificação de que, nesta altura, considera que são as melhores opções para a equipa. Apensas isso.

«Estamos a falar em 2014, não é em 2011. Não faço futurologia, mas o passado também me interessa pouco. A partir do momento em que os dirigentes da Federação não me disseram que há um jogador que não posso utilizar, não há condicionantes para mim», disse

«O que há para mim são questões físicas, técnico e táticas e o que entendo que é melhor para estes jogos.»

Fernando Santos acrescentou de resto que não está a perdoar Ricardo Carvalho pelo que ele fez no passado, quando abandonou o estágio da seleção nacional apenas porque não ia ser titular. Não perdoou porque não tem que perdoar, acrescentou.

«Não me parece que seja um desrespeito pelo símbolo nacional. O Ricardo Carvalho esteve castigado durante um ano, foi suspenso, esse castigo terminou, portanto...»

«Não ia perguntar ao Ronaldo quem vinha à seleção nacional»

«O Tiago mostrou disponibilidade para voltar, portanto também não vejo qual é o problema. Não há desrespeito nenhum: eu respeito as decisões de quem esteve aqui antes, mas agora tomo as minhas decisões. Não há aqui nada contra ninguém e convém referir bem isso. Há pessoas diferentes que fazem escolhas diferentes.»

Fernando Santos foi questionado sobre o que os regressados podem trazer à equipa. O selecionador foi rápido no esclarecimento. 

«A sua qualidade técnica e tática e estratégica, não tenho dúvidas sobre essas, se tivesse alguma dúvida sobre elas, para além de disponibilidade total, não os teria convocado», atirou. 

«Se me dissessem que não têm ritmo de jogo…têm toda a minha confiança nestes três planos», assegurou.

Outra das questões teve a ver com o modo como o grupo iria receber Ricardo Carvalho, Danny, Ricardo Quaresma ou Tiago e se na conversa com o capitão Cristiano Ronaldo, o jogador do Real Madrid lhe deu alguma garantia sobre esse aspeto. 

«O trabalho do grupo compete-me a mim resolver, é uma responsabilidade minha», atirou Fernando Santos. «Não ia perguntar ao Ronaldo quem vinha à seleção nacional. Esse é o meu papel», frisou.

«Vamos construir grupo forte, diria uma família, não no sentido de amigos, mas no sentido da solidariedade», sublinhou.

Eventuais questões disciplinares, e o modo de resolvê-las, foram também assunto, na sequência do regresso de Ricardo Carvalho. Fernando Santos recordou o perfil que tem como treinador:  «Quem me conhece responde a essa pergunta, há muitos que foram meus jogadores. Aí não fica dúvida nenhuma para eles e esses são os primeiros a dizer como sou em termos disciplinares.»