Figura: Manuel Fernandes

Voltou a merecer um lugar no onze, num sinal de que Fernando Santos queria mais: queria ter sobre ele outro olhar sério e profundo. Voltou a encher o campo, a defende e a atacar, a passar e a correr, enfim, voltou a ser ele próprio, no fundo, o que nem sempre é bom porque às vezes Manuel Fernandes concentra muito o jogo nele. Mas pelo menos mostrou que deve ser tido muito em conta.

Positivo: Beto

Um dos melhores em campo, seguramente. É verdade que saiu mal num canto que deu golo para os Estados Unidos - embora o golo tenha sido anulado por uma falta anterior ao cabeceamento -, mas deu nas vistas com três grandes defesas na segunda parte, que evitaram três golos certos. Mostrou que pode ser opção para a Rússia, até porque o terceiro lugar de guarda-redes continua em aberto.

Infeliz: Gonçalo Guedes

Voltou, tal como aconteceu com Manuel Fernandes, a ser titular, jogando novamente quase o jogo todo (da outra vez fez 75 minutos, esta noite fez 80): um sinal de que é dos jogadores que Fernando Santos mais quer ver. Ao contrário do que aconteceu com a Arábia Saudita, Guedes esteve hoje muito infeliz: passou por toda a frente de ataque, mas não teve uma ação que merecesse aplausos.

Negativo: Ricardo Ferreira

Uma estreia para esquecer do central do Sp. Braga e que engorda as preocupações de Fernando Santos: é realmente difícil encontrar soluções para os quatro habituais centrais, todos com mais de 29 anos. Ricardo Ferreira foi mais uma ideia, mas falhou o passe e deixou-se ultrapassar no golo dos Estados Unidos, mais tarde voltou a falhar um corte e obrigou Beto a voar para evitar o golo.

OUTROS DESTAQUES:

Antunes

Está longe de ser um novato na Seleção, mas tem a infelicidade de jogar num lugar com muitas opções – Raphael Guerreiro, Eliseu, Fábio Coentrão e até Kevin Rodrigues. Fez um golo, num remate muito feliz, ameaçou marcar na segunda parte, apoiou o ataque, enfim, está cá para dar luta.

Danilo

Repetiu a titularidade, ele que será dos poucos jogadores desta convocatória a ter lugar assegurado na Rússia. No meio de uma equipa com poucas rotinas, impôs-se naturalmente, sobretudo pela capacidade de recuperar bolas. Pelo meio ameaçou marcar num remate frontal aos 40 minutos.

Gelson Martins

Teve o mérito de agitar o ataque. Jogou apenas a primeira parte, mas enquanto esteve em campo imprimiu velocidade e imprevisibilidade nas ações individuais, o que movimentou a Seleção. Logo aos seis minutos, de resto, chegou ligeiramente atrasado para encostar numa boa oportunidade.

Bruma

Depois da estreia frente à Arábia Saudita, mereceu esta noite a titularidade e uma oportunidade de ouro de mostrar que os bons relatos que chegam da Alemanha fazem sentido. Esteve muito em jogo, é verdade, mas a verdade é que raramente as ações individuais tiveram sequência. Um jogo infeliz.