Fernando Santos acredita que o segredo para Portugal voltar a ganhar o Europeu está na capacidade de construir um grupo forte. Exatamente como fez em 2016.

A garantia do selecionador nacional veio a propósito de uma pergunta sobre o facto de Portugal não ter uma base de uma equipa, como tem por exemplo a Alemanha, em que grande parte dos jogadores são do Bayern, e o que isso representa em termos de peso nas expetativas.

«Noventa por cento das vezes ganharam as seleções baseadas em uma ou duas equipas. Portugal também foi sempre assim, até 2004 todas as seleções eram baseadas em dois eixos. A Espanha quando conseguiu ganhar três vezes seguidas era baseada em jogadores do Real Madrid e do Barcelona. Claro que isto torna muito mais fácil o trabalho do selecionador, porque a ideia de jogo já lá está, é seguir aquilo que lá está e seguir aquilo que os jogadores fazem no clube, portanto torna-se muito mais fácil em termos do tempo que temos para afinar a equipa», referiu.

«Como é que isto se resolve? Como em 2016. Fazendo um nós perfeito. Se construirmos um nós perfeito, voltámos a ganhar. E como se constrói um nós perfeito? É trabalhando dentro e fora de campo no mesmo sentido, esquecendo o pensamento individual, esquecendo como é que eu jogo melhor ou jogo pior, esquecendo como é que eu me sinto melhor ou mais confortável, se é a jogar nesta posição ou naquela posição.»

Fernando Santos diz por isso que é fundamental os jogadores esquecerem as ambições individuais e concentrarem todas as atenções no sucesso coletivo, tal como fizeram em 2016.

«Se formos pelo pensamento individual, ai eu no meu clube jogo muito bem ali, ai eu no meu clube jogo melhor se por ali, eu faço melhor se jogar ao meio, se formos por aí não vamos ganhar, zero. Mas os meus jogadores, felizmente, desde o início estão aqui para criar o nós perfeito, para servir a equipa nacional e para ganhar.»

A poucos dias de viajar para a Hungria, de resto, Fernando Santos diz que não parte nem mais nem menos confiante do que fez há cinco antes, antes de seguir viagem para França.

«Nem mais nervoso, nem mais condicionado, com a mesma convicção, isso sim. Afirmei logo essa convicção quando cheguei e continuo a afirmar que Portugal é candidato a conquistar o Euro 2020 e é com esse objetivo que vamos lá», garantiu.

«Sabemos da dificuldade dos jogos, isto não é matemática pura, é um jogo de erros, mas se errarmos menos que os adversários, teremos mais hipótese de ter sucesso.»