A seleção nacional entrou no Mundial sub-20 com uma daquelas vitórias que não tem uma ponta solta por onde contestar: enorme superioridade de Portugal. Os números nem são enganadores, não senhor: são números justos de uma equipa que ainda falhou uma série de oportunidades de golo.
 
Mas vale a pena começar pelo início.
 
E quando se diz início, diz-se mesmo início: pontapé inicial. Foi daí que nasceu o primeiro golo. Gonçalo Guedes ganhou um ressalto e serviu André Silva, que com um grande passe isolou Gelson Martins para um toque subtil a abrir o marcador. 23 segundos e Portugal já ganhava ao Senegal.
 
Ora o golo madrugador foi uma surpresa, até para os jogadores nacionais.
 
A partir daí Portugal retraiu-se e deixou o Senegal assumir o comando. Até ao intervalo foi sempre assim. Apesar de ter mais posse de bola, na verdade o adversário só esteve perto de marcar uma vez.

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Foi logo aos treze minutos, quando Koné deu um nó cego em Domingos Duarte e se isolou para um remate perigoso. Valeu nessa altura uma grande defesa de André Moreira, a segurar a vantagem.
 
Convém dizer, de resto, que o Senegal dominava o encontro, tinha mais posse de bola e mais ataques, mas não jogava sozinho. Portugal nunca deixou de espreitar as saídas rápidas para o ataque. Gonçalo Guedes (o menos bom dos portugueses) rematou com muito perigo, na melhor iniciativa que teve em todo o jogo, e André Silva teve também um remate muito ameaçador.
 
Feitas as contas, portanto, e apesar do Senegal ter mais bola, Portugal até teve mais oportunidades.
 
Na segunda parte tudo mudou, porém: e tudo mudou muito pelo crescimento de Raphael Guzzo no jogo. O médio do Benfica, que esteve cedido ao Desportivo Chaves, libertou-se da preocupação de ajudar Podstawaki, apoiou mais o ataque e fez a seleção pressionar mais à frente.

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Com isso só deu Portugal. Dominou, dominou, jogou, criou perigo e desperdiçou uma série de ocasiões muito claras de golo. Houve uma altura até em que o desperdício parecia perverso.
 
Com Raphael Guzzo no comando, num período que coincidiu com a queda de rendimento de Rony Lopes, e André Silva a jogar e a fazer jogar, servindo de âncora para puxar os companheiros, Portugal atirou-se para a frente, teve velocidade, irreverência e muita capacidade de finalizar.
 
Começou com um remate de Guzzo à trave, continuou com um grande trabalho de André Silva para um remate perigoso que Sy defendeu e voltou a dar nas vistas numa bomba de Rony Lopes.
 
Mas houve mais.
 
Rafa cruzou para André Silva finalizar na cara do golo, Gelson Martins atirou à trave, o mesmo Gelson Martins cruzou para Rafa atirar ao lado à entrada da pequena área e, por fim, Rafa serviu André Silva que só tinha de rematar... e não acertou na bola. Tudo isto na segunda parte, repete-se.

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Ora por isso Portugal já merecia uma vitória mais robusta que chegou apenas nos descontos. Nuno Santos entrou a um minuto dos noventa e trouxe a concretização que faltava.
 
Primeiro cruzou para André Silva cabecear entre adversários para o segundo golo e depois aproveitou um grande passe de Raphael Guzzo para desviar do guarda-redes e fazer o terceiro.

Feitas as contas, uma vitória robusta, que vale a liderança do grupo e que não sofre contestação. Portugal teve um início de Mundial sub-20 muito promissor.