Não há maior prazer do que ver uma equipa descontraída, soltinha como se diz.

Uma equipa que joga defende um título sem complexos, com um futebol vistoso e com momentos capazes de deixar de boca aberta quem assistia, ainda para mais numa fase de pré-época.

No entanto, Portugal não aparente estar em pré-temporada e a Croácia que o diga. Os campeões em título  iniciaram a defesa do título da Liga das Nações, conquistado precisamente no Dragão, com unhas e dentes e goleram facilmente os vice-campeões mundiais por 4-1.

Sem Modric e Rakitic, o conjunto de Zlatko Dalić teve a primeira situação de golo da partida num disparo de Vlasic de fora da área. A partir do minuto três, só houve Portugal. E que Portugal! A equipa das quinas beneficiou de não ter uma referência fixa na área- Jota, Félix e Bernardo deambularam na frente – e foram criando sucessivas superioridades nos corredores que se traduziram em constantes oportunidades de golo.

Portugal abriu o livro do bom futebol e escreveu um capítulo interessante. Primeiro Félix viu Vida impedir-lhe o primeiro golo na seleção AA (15m) e logo depois viu o seu remate esbarrar no poste. O avançado do Atlético de Madrid falhou uma oportunidade clamorosa para marcar à boca da baliza após Livakovic ter negado o golo a Pepe em duas ocasiões (25m).

Os campeões da Europa mereciam o golo, mas a bola teimava em não entrar. Diogo Jota também fez o poste da baliza croata estremecer num cabeceamento em plena área antes de atirar à malha lateral (28m e 29m).

Não há duas sem três, não é verdade? Portugal voltou, uma vez mais, a atingir o poste da baliza croata. Era um golaço de Guerreiro, diga-se.

Suspirava-se pela capacidade de finalização de Ronaldo, ausente por lesão e na bancada a assistir. De resto, só num lance de inspiração é que Portugal podia quebrar a resistência do conjunto dos Balcãs. E ele surgiu pelo improvável João Cancelo: o lateral-direito fugiu da direita para o meio e atirou com o pé esquerdo ao ângulo da baliza adversária.

Estava, por fim, aberto o ketchup. Minuto 41.  

A Croácia esboçou uma pequena reação no início da segunda parte, mas a noite era portuguesa. Na sequência de um passe delicioso de Guerreiro, Diogo Jota fez o 2-0 (estreia a marcar) e decidiu a partida (58m). 

O jogo tornou-se mais lento, sobretudo por culpa da seleção nacional que guardou a bola e procurou a espaços desenhar jogadas vistosas. Todavia, ainda houve tempo para João Félix estrear-se, por fim, a marcar pela seleção principal num pontapé forte de fora da área (70m).

Fernando Santos aproveitou os minutos finais para estrear Francisco Trincão e lançar André Silva e Sérgio Oliveira.

Houve mais dois golos nos descontos um para cada lado. Petkovic reduziu para a Croácia, mas a noite não ficou estragada até porque a equipa lusa respondeu de imediato por André Silva.

Para já, Portugal não sente o peso de defender um título. Está soltinho e isso são boas notícias.

O golo de João Cancelo:

O golo de Diogo Jota:

O golo de João Félix:

O golo de Petkovic:

O golo de André Silva: