Portugal chora, e pelo mundo seguramente que muitos «futebol-dependentes» entendem e comungam da mesma frustração. Estamos momentaneamente destroçados e eternamente marcados. A história repetiu-se, voltamos a perder uma meia-final europeia contra os franceses.

Acredite em mim, acredite que se Portugal e os portugueses sofrem, são os técnicos e jogadores aqueles que neste momento pesam 300 Kg. Para eles caminhar é difícil, falar ainda mais, entender impossível, aceitar dramático.

Sei o que é perder, sei o que significa perder uma meia-final europeia (uma não, duas!), sei como vão regressar a suas casas, como irão ver a final.

Rapazes, orgulho-me de ser português, orgulho-me de vós. Boas férias, carinho da família, o mundo não acabou.

Portugueses, não tenham vergonha de chorar!

Circular nº 710

FIFA/ circular 710, 27 de Março de 2000, assinada por Michel Zen-Ruffinen actualmente o secretário geral do máximo organismo.

Algumas alterações às leis do jogo, entre as quais a lei 6 referente às competências dos fiscais de linha. Podem decidir a marcação de um pontapé de grande penalidade, pelo claro e especifico aumento do seu poder decisório.

Três meses e um dia mais tarde, Portugal é eliminado da maior competição continental pela aplicação da «nova» lei.

Vi e revi, é penalty! O «liner» decidiu bem, a essência do jogo prevaleceu.

As perguntas que faço e que obviamente nos frustram são:

Foi mais fácil apitar porque somos Portugal?

O corajoso e decidido «liner» também o seria se em vez de Abel Xavier fosse Thuram na área francesa?

O jogo-parabéns!

A opção foi claramente a coesão e o controlo do eixo central. Sabendo Humberto do sistema táctico francês, onde o losango do meio-campo exerce uma acção crucial na segunda e terceira fases de construção, decidiu que seriam Vidigal e Costinha os pivots «manipuladores» dessa acção. Analisando estatisticamente o jogo, a percentagem de recuperações foi impressionante, pelo que sob o ponto de vista defensivo, chapeau.

A relação ganho-perda, analisando o relançamento do processo ofensivo é obviamente o ponto criticável. Faltou a Portugal uma maior fluidez e divisão de jogo, uma maior definição dos ritmos, uma maior percentagem de posse e circulação. Resumindo, mais convicção nas suas características e potencialidades. Mas como infelizmente não sou o dono da verdade e da razão, nada nem ninguém pode afirmar que outra opção seria mais profícua.

Caro Humberto, amigo Rui e companhia, analisando o incontestável que são os resultados, ninguém fez melhor que vós. PARABÉNS!