Os clubes da Liga continuam a menosprezar o mercado nacional, optando, mais uma vez, por procurar reforços longe de casa. Opções difíceis de entender tendo em conta a falta de garantias de qualidade que esses jogadores, a maioria proveniente de clubes de segundas e terceiras linhas, podem oferecer ao nosso futebol.
Olhando de soslaio para a lista de futebolistas que este ano se vão estrear na Liga, deparamo-nos com a chegada de mais algumas dezenas de desconhecidos, contratados a clubes pouco conceituados e, certamente, desconhecidos dos leitores como são exemplo Nueva Chicago, 12 de Outubro, Thrasyvoulos, Barueri, Sport Herediano, Anapolina, Marília, Villemomble, Beuvais, AEP, Cukarica, H. Kula, Al Nassr ou Otopeni.
Clubes como Nacional, Marítimo, P. Ferreira ou U. Leiria continuam a dar primazia ao mercado brasileiro. Em Leiria têm chegado a conta-gotas esta semana e, neste momento, Manuel Fernandes já tem cinco à experiência. A Naval, por seu lado, optou por se reforçar em França, conseguindo, inclusive, encontrar «reforços» em equipas das distritais daquele país.
Reforços muitas vezes de qualidade duvidosa, muitos deles impingidos por empresários, que acabam por fechar as portas a muitos jovens portugueses, alguns deles já com provas dadas, que chegaram agora à etapa final da respectiva formação. Neste capítulo, o Belenenses, repescado para a I Liga, é uma excepção à regra, com a promoção de seis juniores para a sua equipa principal.
Reforços que também alargam o contingente de desempregados que o Sindicato vai recolhendo ( veja a reportagem do Maisfutebol), alguns deles já com provas dadas no futebol nacional.
Um estudo realizado este ano colocava Portugal como o segundo campeonato com mais estrangeiros na Europa, apenas atrás da Inglaterra. Mas como uma diferença clara: na Liga Premier mais de metade dos estrangeiros são internacionais (64,8%), enquanto em Portugal apenas um quinto (18,3%) já chegou a jogar pela selecção do seu país.
Opções que não se explicam pela qualidade, nem muitas vezes pelo aspecto financeiro. Um jogador que vem de uma clube de terceira linha de França ganha menos do que um português do mesmo escalão?