Sérgio Conceição vai estrear esta sexta-feira a sua cadeira de sonho no banco da Académica, na Pedreira. Depois de duas semanas de trabalho, o jovem técnico põe de lado as emoções e encara o desafio com o Sp. Braga com seriedade e empenho absolutos.
«Toda a gente sabe, é público, o carinho e amor que tenho por esta instituição, mas essa parte mais emocional, da minha grande vontade de regressar a esta casa, já passou. Sou profissional de futebol e, independentemente do clube em que estivesse, estaria a 100 por cento concentrado e motivado», asseverou, antes de revelar a forma como encontrou a equipa:
«É natural haver desconfiança dos jogadores nas suas qualidades nestas alturas, mas não sou psicólogo, sou treinador. Quando não se ganha tanto tempo, a motivação e confiança não serão as melhores, é normal. Como também é normal, com uma mudança técnica, haver da parte dos jogadores vontade de demonstrar ao treinador que têm qualidade para jogar.»
«Penso que o plantel aceitou bem a mensagem. Queremos potenciar o bom que foi feito e ganhar pontos. Há pouco tempo para grandes discursos. É arregaçar as mangas e ir à procura dos pontos. Vim dar o que acho importante, começando pela consciência do que fazer para não sofrer golos. É muito importante a organização defensiva para quem quer pontos. Depois, temos qualidade ofensiva suficiente para fazer golos.»
Objetivo: não perder em Braga
Para quem confessa não gostar de perder nem com os próprios filhos, por feitio e não como defeito, fez questão de sublinhar, percebe-se que a parada para o Minho estará bem elevada. «A ideia é não perder em Braga. Não é entrar para empatar, mas entrar para ganhar, sabendo que empatar não será mau, de todo», vaticinou.
«A Académica é obrigada a vencer em todos os jogos, entra para ganhar em todos. Sabemos que os cinco jogos que restam não serão fáceis. O Braga tem um objetivo bem definidos na entrada para a Liga dos Campões, e nós temos os nossos, temos noção que é um jogo importante para os objetivos e vamos lutar pelo necessário, que são os pontos», completou.
Sem querer falar muito das mudanças em termos de jogadores ou de táticas, até porque, recorrendo a Jorge Jesus, esta última temática lhe cheira a «uma treta», Sérgio Conceição fez algumas contas de cabeça e acredita que 27 pontos, ou seja duas vitórias nos encontros que faltam, deverão chegar para a manutenção.

Agora, é dar corda aos sapatos. «Somos os penúltimos, não podemos esquecer isso, temos rapidamente de somar pontos.»