Sérgio Conceição não cumprimentou João Henriques, treinador do Paços de Ferreira, após a derrota do FC Porto na Mata Real, na última jornada, e tanto o antijogo pacense como a reação do treinador dos azuis e brancos causou alguma polémica ao longo da semana. Conceição reagiu pela primeira vez ao que foi dito para qualificar como «palhaçada» a estratégia para queimar tempo usada pelo Paços.

«Já estou vacinado, mais difícil fica para os meus filhos e para a minha família. Uma coisa é criticar, outra é enxovalhar e esconderem-se atrás de um nome falso e de uma foto qualquer na rede social e dizer tudo e mais alguma coisa (...) Foram buscar uma conferência minha quando era treinador da Académica e fomos empatar ao Sporting. O que foi dito no final da foi que a Académica defendeu muito bem, num bloco baixo, é verdade. Mas uma coisa é antijogo, outra é defender um pouco mais mais baixo, ou mais alto. Cada treinador tem a sua filosofia e estratégia montada e só tenho que respeitar isso. Já fui treinador da Académica, do Olhanense... Contem os minutos jogados nesse jogo. Contem os minutos jogados no Olhanense-Benfica, em que foram buscar também que o Jorge Jesus disse que houve antijogo na primeira parte. O antijogo que ele queria dizer – e ele, às vezes, pode ter dificuldade na língua portuguesa e sou amigo e gosto muito dele – foi que o Olhanense jogou mais recuado. Não houve a palhaçada que houve em Paços de Ferreira (domingo, frente ao FC Porto)!», disse Sérgio Conceição, que em seguida contra-atacou quem o criticou por não cumprimentar João Henriques no final do jogo.

«Antijogo pode-se fazer? Uma pessoa com dificuldades pode ir roubar?»

«Vi meio mundo escandalizado por não cumprimentar um treinador promover esse tipo de situações. Mas porquê? Agora fiquei a perceber que há tantos adeptos do Paços e do João Henriques, pessoa contra quem nada tenho contra – parece-me uma pessoa idónea, de bem. Aquilo que vi no banco foi isso. E por isso não senti vontade de o cumprimentar. Não sou hipócrita. Não sou falso... Antijogo pode-se fazer, até porque uma equipa tem um orçamento de 3 milhões e outra de 60 milhões... Então uma pessoa que tem dificuldades na vida pode ir roubar? Entende-se defender em bloco baixo, entrar a equipa médica numa lesão, queimar algum tempo... Mas não daquela forma. Perdoamos mais isso do que um treinador sentir que o outro está a promover algo que é batota e não o cumprimentar?», afirmou Sérgio Conceição na conferência de imprensa de hoje, no Olival, visivelmente agastado com as críticas que lhe foram feitas por ter reagido de forma veemente à falta de desportivismo em campo da equipa do Paços de Ferreira.

O treinador do FC Porto comentou ainda a expulsão do guarda-redes José Sá, no final do jogo, por ter dado de forma sarcástica os parabéns ao árbitro da partida Bruno Paixão: «Ouvi o José Sá a dar os parabéns ao árbitro. Eu também lhe dei os parabéns. Mas acho mais grave o que o guarda-redes do Paços fez durante o jogo (simular lesões e forçar perdas de tempo). Isso é que era motivo para expulsão: para dar mais do que um amarelo a esse jogador durante o jogo», concluiu.