Sérgio Conceição rejeita que haja cansaço mental no plantel dos dragões, nesta altura, e diz que, «quem tiver cansaço mental não pode representar um clube como o FC Porto».

«Nesta época de covid, em que se fala tanto disto, esse cansaço mental não existe», começou por dizer o técnico portista.

«Cansaço mental é quem está doente, os familiares dos doentes, os que perderam pessoas, tanta gente com dificuldades ao fim do mês para pagar contas, para comer, alguns... Aí é preciso força mental e é preciso uma atitude muito grande para não quebrar, para não se deixar ir. Agora nós, futebolistas, treinadores, dirigentes? Bem pagos, com uma vida fantástica, pessoas que aparecem todos os dias na televisão... Têm o privilégio de fazer aquilo que gostam e ainda são bem pagos por isso...», apontou Sérgio Conceição.

«Tenho dificuldade em entender esse cansaço mental. Em qualquer viagem que façamos temos um charter, um avião só para nós, um autocarro com todo o conforto, hotéis de topo, um clube com um símbolo que merece todos o respeito do mundo, que nos permite estar na melhor prova de clubes do mundo, a Liga dos Campeões. Quem tiver cansaço mental não pode representar um clube como o FC Porto, é impossível», frisou, adiantando:

«Cansaço físico existe. O Sérgio Oliveira, por exemplo, estava limitado, o Pepe acabou o jogo a mancar... Fisicamente, é terrível porque é um campeonato anormal. Mas temos de superar isso, é aí que entram os jogadores que não têm tantos minutos, que têm de dar uma resposta, principalmente com essa força mental porque está fresquinhos a todos os níveis.»

Sérgio Conceição não exclui os dragões da luta pelo título e aponta como objetivo ganhar todos os jogos até ao fim do campeonato. «Sim, sem dúvida nenhuma. O mais importante agora é ganhar amanhã e só depois pensar no jogo seguinte. No fim faremos as contas, mas o objetivo é esse [ganhar todos os jogos até ao fim]. Não há nada perdido, matematicamente é possível. Temos um grupo de jogadores que percebem que é necessário correr atrás de um rival que tem alguma distância para o segundo e temos de ter essa força interior para ir à procura dos três pontos em cada jogo do campeonato. Não é uma missão impossível alcançar o Sporting. Tudo é possível até matematicamente ser possível. Acredito que vamos dar luta até ao fim.»

«Nós não olhamos para o segundo lugar. Nós olhamos para o primeiro lugar. É possível matematicamente», frisou, quando voltou a ser questionado.