Silas Katompa Mvumpa. É este o nome verdadeiro do jogador que até agora era conhecido como Silas Wamangituka.

A revelação foi feita esta terça-feira pelo Estugarda em comunicado, dizendo que o avançado congolês foi vítima de um plano do antigo empresário, o que levou à mudança de nome.

Segundo o comunicado do Estugarda, o nome verdadeiro do avançado é Silas Katompa Mvumpa e tem 22 anos. O clube adianta que ajudou o jogador e o novo empresário a regularizarem a situação, tendo já recebido a documentação oficial da República Democrática do Congo.

A história começou em 2017, quando Silas tinha 18 anos, e foi convidado para treinar no Anderlecht. Para esse efeito, recebeu um visto para viajar para a Bélgica, como o nome verdadeiro. O Anderlecht quis contratá-lo e, como o visto estava prestes a expirar, pediu-lhe para voltar ao Congo e regressar, com novo visto, para formalizar o contrato.

O Estugarda conta que foi então que um empresário pressionou o jogador e convenceu-o a não viajar para o Congo, dizendo-lhe que não o deixariam regressar à Europa.

O jogador, que era muito novo, acreditou e foi viver com ele em Paris, onde foram criados novos documentos para o jogador com o nome Silas Wamangituka (um dos nomes do pai) e com a data de nascimento alterada para ficar exatamente um ano mais novo. A questão em causa não era a maioridade do jogador, mas sim quebrar a ligação ao clube de formação no Congo.

Desde então, o jogador ficou sob a influência do empresário, que o chantageava e ameaçava que nunca mais jogaria futebol se contasse a verdade publicamente.

O jogador temia ainda pela segurança da família no Congo, explica o Estugarda, que diz que Silas vivia em constante supervisão do agente, que também controlava a conta bancária do jogador e só lhe dava uma parte do salário que recebia.

Em 2019/2020, Silas transferiu-se para o Estugarda. Em dezembro de 2019, alguns meios de comunicação começaram a levantar dúvidas sobre a identidade do jogador e a Bundesliga pediu um esclarecimento ao Estugarda. Após analisar a fundo os documentos do jogador, que ainda era representado pelo mesmo agente na altura, o clube considerou que os documentos eram verdadeiros. Aliás, todos os documentos tinham já sido vistos pelas autoridades alemãs e francesas e formalmente aceites.

Quando o jogador estabeleceu uma relação de confiança com o clube, conseguiu afastar-se do empresário e dar a conhecer a situação.

O Estugarda explica que Silas tem agora um passaporte congolês válido com a informação pessoal correta.

Os responsáveis do clube, citados em comunicado, afirmam que Silas é «uma vítima nesta história» e garantem que vão continuar a protege-lo, assegurando também que continuará a ser jogador do Estugarda.

O Estugarda está em contacto com Liga e Federação alemãs para clarificar a situação, mas parte do princípio de que a licença de residência de Katompa Mvumpa é válida e que ele poderá continuar a jogar normalmente.

Silas Katompa Mvumpa também é citado no comunicado e afirma: «Vivi em medo constante durante os últimos anos, e tenho estado também muito preocupado com a minha família no Congo. Foi um passo muito difícil revelar a minha história, e apenas consegui com o encorajamento das pessoas que agora estão ao meu lado.»

«Percebi que não precisava de continuar a ter medo e que, juntos, poderíamos esclarecer tudo. Não conseguiria ter tomado esta decisão se o Estugarda, a minha equipa, não se tivesse tornado uma segunda casa para mim, um sítio onde me sinto seguro. Hoje, estou muito aliviado, e espero que isto sirva para encorajar outros jogadores que tenham vivido experiências parecidas com empresários.»

Após a boa época realizada na Bundesliga, o ala viu o seu valor de mercado subir, tendo o mesmo sido estimado em 25 milhões de euros.