São internacionais A, têm no currículo passagens pela China e pelo Benfica e também são craques do At. Madrid. Se pensa que Simão e Tiago são os únicos representantes portugueses no clube espanhol não podia estar mais enganado. Há mais dois, ou melhor duas. Falamos de Edite Fernandes e Sofia Vieira, estrelas do futebol feminino, que, por uma vez, não vão vestir a camisola nacional no jogo desta quinta-feira, frente ao Sporting.
«Não há comparações possíveis, mas também não vivemos fora da realidade, se excluirmos o ordenado. Usufruímos das mesmas condições de trabalho que os homens, desde os campos de treino, que são os mesmos, aos médicos... Apesar de não se ganhar muito, vivo bem e consigo viver só do futebol. Há uma maior visibilidade por estar aqui», contou Edite Fernandes, a capitã da selecção portuguesa e desde o início da época em Madrid, em conversa com o Maisfutebol.
«Muitos nem devem saber que existe futebol feminino no At. Madrid... Mas o clube esforça-se muito para publicitar as equipas femininas, com acções sociais e publicitárias, algumas conjuntas. Aproveitam todas as oportunidades para divulgar o futebol feminino», disse Sofia Vieira, também ela presença assídua na convocatória nacional, apesar de só na presente temporada ter trocado em definitivo o futsal pelo futebol (Benfica primeiro e Móstoles, de Madrid, depois).
O estrelato de Simão e Tiago não lhes causa aborrecimento, até porque não é essa a sua batalha. Além disso, admiram ambos. «Cumprimentamo-nos sempre, pelo menos, e em português!», disse Edite. Mas as saudades de casa não são suficientes para a fazerem torcer pelo Sporting. «No dia a seguir à qualificação do At. Madrid para a final da Taça do Rei, falei com o Tiago na cidade desportiva e ambos reconhecemos que a equipa tanto é capaz do melhor como o pior. O Sporting está melhor agora, mas o At. Madrid precisa disto. «Se fosse pela Nação, torcia pelo Sporting», salvaguardou a camisola 18 das «colchoneras», de 30 anos e longo currículo nacional e estrangeiro.
Já Sofia Vieira, 22 anos, estudante universitária de Educação Física em Madrid, não esconde o benfiquismo, ou não tivesse representado a equipa de futsal dos encarnados. «Não consigo gostar de outro clube», assumiu a média, que nesta quinta-feira vai torcer, sobretudo, por Simão. «Quando estava no Benfica ele também estava, quando saiu também vim para Espanha, se voltar a Portugal também tenho de voltar...», brincou, assegurando que os assobios «não vão afectar» Simão no regresso a Alvalade.