A suspensão imposta pelo Leiria aos jogadores Alhandra e Maciel depois de uma saída nocturna é apenas uma desculpa para os maus resultados da equipa, última classificada da Liga. Essa é a opinião do presidente do Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF), Joaquim Evangelista, que considera que a privacidade dos dois jogadores devia ter sido salvaguardada.
«Já falei com os jogadores e com o presidente da União de Leiria, João Bartolomeu. Lamento que seja tornado público este tipo de incidentes, que achincalha os nomes dos jogadores. Eles foram suspensos preventivamente, para se apurarem os factos. Ou seja, isto também é revelador que devia haver descrição. Antecipar um cenário de sanção grave é contraproducente. Não concordamos com a atitude do Leiria», declarou o dirigente, ao Maisfutebol.
Evangelista revelou que «disse ao presidente do Leiria que a responsabilidade maior é dele e de quem preparou a temporada» e considerou que «com os maus resultados desportivos actua-se de uma forma irracional». Depois, o sindicalista referiu que «não é a primeira vez que isto acontece no Leiria» e que «estes incidentes servem de desculpa para o que está a acontecer».
«Lamento que a União de Leiria esteja na situação em que está, até porque é um clube regular a nível de ordenados. Mas há um excesso de publicitação das coisas. Os jogadores têm famílias e não se pode vir para a praça pública discutir estas questões», repetiu o presidente do SJPF.
Joaquim Evangelista vai continuar a acompanhar o caso, mas crê que «com isto, o presidente do Leiria manifesta uma intenção», ou seja, tentar rescindir com Alhandra e Maciel. «O Leiria não conta com os jogadores, mas quando assim é, em vez de arranjar casos destes, é melhor falar e resolver as coisas de forma clara. Nós faremos a defesa dos atletas», disse.
Apesar de admitir que essa é a intenção de João Bartolomeu, o sindicalista crê não haver razões para a quebra dos contratos. «Face ao que conheço do processo, os factos ocorreram antes do jogo, e o Alhandra até foi titular. Do ponto de vista processual não há fundamento para a rescisão», considerou, acrescentando que «o processo pode demorar 30 dias» e que irá «voltar a falar» com os dirigentes do clube do Lis.
No entanto, Alhandra e Maciel poderão estar disponíveis para uma rescisão por mútuo acordo, como indicam as palavras do presidente do Sindicato. «Os jogadores são inteligentes, não gostam de ficar num clube onde não são queridos. Há um contrato a cumprir, o que obriga a um acordo, e podem debater-se os termos», concluiu.