O Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) manifestou-se «indignado com o comportamento» da SAD da Naval 1.º de Maio, que anunciou a contratação de 26 futebolistas, quando os antigos atletas reclamam em tribunal 750.000 euros.

O SJPF justifica a sua indignação com base no «histórico recente» da Naval: «Incumprimento salarial – que levou inclusive ao acionamento do fundo de garantia salarial –, greves aos treinos, pré-avisos de greves aos jogos, perda de pontos por dívidas a clubes, não-cumprimento dos pressupostos financeiros, debandada da maioria dos jogadores».

Em comunicado assinado pelo presidente, Joaquim Evangelista, o órgão sindical lembra que 74 credores, a maioria dos quais futebolistas, reclamam em tribunal cerca de 8,9 milhões de euros, dos quais a SAD da equipa da Figueira da Foz «se propõe pagar pouco mais de 2,9 milhões».

«Segundo a relação de créditos reconhecidos entregue no Tribunal Judicial da Figueira da Foz, no âmbito do Plano Especial de Revitalização (PER), os jogadores de futebol (40) constituem a maioria do grupo de credores da SAD. No total, reclamam uma verba a rondar os 750.000 euros», assinala a nota.

O SJPF, que representa 35 jogadores no processo, votou contra a proposta da SAD da Naval e critica duramente os PER, que, de acordo com o organismo sindical «têm servido, sobretudo, como instrumentos de desresponsabilização, colocam em desigualdade os competidores e frustram os créditos dos jogadores e demais credores».

O órgão representativo dos jogadores de futebol assinala que a Naval 1.º de Maio, liderada por Aprígio Santos há 23 anos, vai disputar a fase de manutenção do Campeonato Nacional de Seniores com «apenas quatro dos jogadores que iniciaram a temporada 2013/2014».