O recurso aos tribunais e à FIFA está a ser equacionado pelo Sindicato de Jogadores de Futebol como forma de pressão sobre a Liga de Clubes, caso esta continue a negar aos jogadores desempregados a possibilidade de se inscreverem a qualquer momento da temporada.
O novo regulamento internacional de transferências, aprovado pela FIFA, e que passou a vigorar em Julho deste ano, prevê a possibilidade de os jogadores desempregados serem inscritos fora dos dois períodos de transferência consagrados entre 1 de Julho e 31 de Agosto e 1 e 31 de Janeiro. A medida, aceite pela FPF, ainda não foi acatada pela Liga de Clubes, apesar dos contactos mantidos entre o Sindicato e esta instituição nos últimos meses.
A situação foi recordada esta segunda-feira, em conferência de imprensa, por parte do presidente do Sindicato, Joaquim Evangelista, que na ocasião se fez acompanhar por alguns jogadores actualmente no desemprego, como Cabral, Wilson, João Paulo Brito, Pedro Henriques e Vargas.
Para o dirigente do organismo de classe dos jogadores, os contactos com a Liga vão ser retomados, «visando um entendimento imediato» que, a não ser obtido, poderá, segundo Evangelista, passar pelo recurso aos tribunais e pela «intervenção da FPF e da FIFA».
Evangelista considera a posição da Liga como «uma restrição inaceitável ao direito ao trabalho e uma não efectiva aplicação do princípio da igualdade». Para o sindicato, a questão também envolve o Governo, uma vez que a posição da Liga de Clubes «impede que trabalhadores desempregados libertem o Estado de encargos que poderiam ser suportados por outrem»no sentido de que a atribuição de subsídios de desemprego poderia cessar com a celebração de um novo contrato de trabalho.