Valido e Amaral são dois ex-jogadores que tiraram proveito do programa «Novas Oportunidades». Com o diploma perto de chegar às suas mãos, os dois antigos internacionais sabem que recuperaram parte do tempo perdido e que têm o futuro mais acautelado. O presidente do Sindicato de Jogadores, espera que este exemplo tenha um «efeito multiplicador» no número de atletas que adere à iniciativa.
«Existe um divórcio entre o futebol e a escola, e nós queremos quebrar esse paradigma», disse Joaquim Evangelista. O dirigente defende que os clubes deviam fomentar a formação dos seus atletas, e lembra que «só uma pequena percentagem chega ao final da carreira com meios financeiros para sustentar a família até ao final da vida».
Evangelista afirma ainda que «o problema começa aos 14 anos», e destaca o papel da própria família. «A transferência do Ronaldo vai fazer com que alguns pais incentivem os seus filhos a deixar a escola e dedicar-se ao futebol», defende.
O Secretário de Estado da Juventude e do Desporto entende mesmo que a questão da formação «é um drama maior que os salários em atraso». «Os jogadores sacrificam o período de tempo em que se faz a formação, em que se inicia uma profissão. É quando as outras pessoas começam a cimentar uma carreira que os jogadores perdem o chão», acrescenta.
Laurentino Dias enalteceu por isso o exemplo dado por Valido e Amaral. Os dois ex-jogadores estão prestes a receber o diploma e nesta segunda-feira apresentaram o vídeo produzido no âmbito do programa «Novas Oportunidades». O processo RVCC (reconhecimento, validação e certificação de competências) prevê a elaboração de um dossier no qual os alunos apresentam as aprendizagens adquiridas ao longo da vida. Valido e Amaral recorreram aos elementos multimédia, aproveitando uma parceria entre a Fundação para a Divulgação das Tecnologias de Informação e a empresa Digital Storytelling. O mesmo exemplo foi seguido por outros ex-jogadores, como José Carlos, Marinho e Paulo Madeira.