«Está a ser uma época de sucesso e merecem todos, sem excepção, o meu reconhecimento.» Este o balanço de Filipe Soares Franco, presidente do Sporting, que esta tarde, em Alvalade, num almoço com os jornalistas, celebrou o primeiro ano de três de mandato. Mas os aplausos são para dentro do clube e não para fora, onde o dirigente diz estarem os maiores obstáculos ao êxito. O impasse na Câmara é o principal alvo, que poderá conhecer novos desenvolvimentos na próxima reunião camarária, a 9 de Maio.
«Falei com o presidente [Carmona Rodrigues] para reivindicar a nossa posição, porque, na minha opinião, não há razão para mudar uma vírgula à proposta de loteamento. Hoje tenho uma reunião com o PS, mas os encontros vão estender-se a todos os partidos. É absurdo e impraticável, [uma aprovação] demorar tanto tempo. Os próprios projectos correm o risco de ficar desactualizados. É um risco de competitividade que a Câmara não pode ter. Muito pior do que não ter uma decisão é vê-la adiada. Mais vale tê-la», defendeu Filipe Soares Franco.
Os efeitos colaterais da não aprovação do projecto poderão passar pela renúncia do presidente leonino ao cargo: «O único pressuposto que disse, e repito, é que se o Sporting se tornasse uma organização ingovernável que sairia. Porque não sei liderar uma organização que não cumpra escrupulosamente com os seus deveres e obrigações. Isso passa, fundamentalmente, pela diminuição do endividamento, à volta dos 150 milhões de euros. Estaremos em princípio, em finais de Maio/Junho, próximos dos 200/205 milhões de euros e para chegarmos aqui é fundamental que as duas operações que estão por aprovar nos órgãos administrativos estejam aprovadas. Um está na Câmara e a outra já está no Ministério [relativo ao acordo entre a Câmara e o Metro]. Estamos à espera que todos esses trâmites administrativos se consigam concretizar a curto prazo, para o Sporting ser ressarcido de qualquer coisa como 27,5 milhões de euros.»
Filipe Soares Franco lembrou que «uma organização como o Sporting, que tem uma facturação na ordem dos 50/55 milhões de euros e que chegou a ter 270 milhões de passivo, é ingovernável». Explica-se, assim, a urgência na aprovação do projecto, reiterou o dirigente: «Se a câmara protelar este assunto por meses, o Sporting deixa de ser governável.»
À parte «um Sporting governável e saneado financeiramente» nos três anos do seu mandato, Filipe Soares Franco ambiciona para o clube «uma família muito maior». «Passa por termos mais sócios e mais adesão sobretudo», desejou.