Artigo original: 24-01-2018 19:26

Uma boa notícia: Gonçalo Paciência não se perdeu. Melhor, uma excelente notícia.

Aos 23 anos, já passou por dois ou três sustos, e pisou em falso outras tantas vezes.

Sofreu uma lesão nos ligamentos e teve problemas no menisco. Mais tarde, apanhou o maior susto. Voltou a parar para fazer exames ao coração, descobriu que tinha características específicas, mas felizmente não impeditivas da alta competição.

Em Coimbra não foi exuberante, na Grécia teve os tais problemas de saúde que não ajudaram, e em Vila do Conde não se impôs, quando era quase obrigação. Depois dos sinais promissores ainda no FC Porto, uns fogachos na equipa principal e de forma mais consistente na secundária, houve quem tivesse acreditado que tinha errado de vez no caminho.

Só que Gonçalo não entrou na espiral negativa de que tantos não conseguem sair. Ganhou confiança, cresceu com os golos e as assistências – somadas Liga e Taça da Liga já leva dez remates certeiros e seis passes decisivos – e voltou a fazer parte do futuro do futebol português. Além do presente.

Claro que o futebol não pára no tempo, está em movimento contínuo. Esta ainda pequena afirmação do jovem avançado carece de insistência, e de, passe a redundância, continuidade. Não querendo ser La Palice, uma época não faz uma carreira. Nem duas ou três, claro.

Muito forte fisicamente, com bom jogo aéreo e boa capacidade de reter a bola e envolver o resto da equipa, Gonçalo começa desde cedo a mostrar os argumentos necessários para afirmar-se na posição e no futebol português. O quão importante será para o mesmo dependerá da evolução, sendo que só os golos consolidarão o seu estatuto entre os maiores.

Para já, bons sinais, boa margem de crescimento e o regresso da expetativa em torno do que pode atingir. Muito bem!