O pior que pode acontecer é colarem-lhes rótulos. «Geração de Ouro» no coletivo, «novo Ronaldo», «novos qualquer coisa» no individual. Esqueçam isso.

Já o melhor que pode suceder-lhes é que olhem a sério para eles. Nem todos terão deixado o mesmo rasto, mas todos merecem que, antes que se desbravem terrenos desconhecidos pelo estrangeiro e se encontrem jogadores de qualidade duvidosa, tenham primeiro o seu nome como opção.

Diogo Dalot, lateral. Diogo Leite, central; Gedson, médio; David Tavares, médio; Rafael Leão, extremo; e João Félix, avançado. Estes foram alguns dos que não viajaram, por diversas razões. 

Diogo Costa, guarda-redes. Na véspera. Miguel Luís, médio. No aquecimento. Os dois falharam a final. Jogadores obviamente nucleares, lesionados na pior altura de todas.

No entanto, ainda assim, Portugal foi campeão da Europa. Que enorme prova de qualidade!

João Filipe, o tal Jota, brilhou intensamente. Trincão acompanhou-o de tal maneira que mais parecia um dueto. Mas houve mais. Quina foi sempre um quebra-cabeças com aquele drible curto, Vinagre um lateral disponível para fazer piscina atrás de piscina, José Gomes um pivot fiável, capaz de abrir espaços para os companheiros. Florentino sempre equilibrado, nos dois papéis, o defensivo e o de construção.

Até Pedro Correia voltou a entrar para marcar.

Há ali talento. Trabalho, mas muito talento.

Há ali jogadores a apontar para uma primeira equipa, seja ou não no clube-mãe, e para uma primeira liga. Há nomes óbvios, e o de Jota é ainda mais óbvio pela diferença que teve para todos os outros, portugueses e não só, na Finlândia. A gestão do seu talento, como o de Trincão e o dos colegas, começa amanhã, no dia da chegada.

P.S. Excelente o trabalho de Hélio Sousa, claro. Muito bom o suporte dado pela Federação, que tem a formação cada vez mais bem estruturada, e só assim se mantém no topo. Bem, os clubes na aposta até à idade sénior. Faltará apenas a continuidade, de todas as partes.