A história de Bruno de Carvalho ainda não acabou: só vai acabar quando a Justiça considerar que chegou ao fim.

Mas a história de Bruno de Carvalho com o Sporting, acredito, acabou mesmo.

Os associados foram chamados a pronunciar-se e mais de dois terços disseram que não queriam mais a sombra do antigo presidente a pairar sobre o clube. Foi um número sintomático, portanto.

Bruno de Carvalho fez muita coisa bem durante muito tempo. Acima de tudo, recuperou a capacidade de colocar os sportinguistas a sonhar: bons jogadores, um bom treinador, uma equipa a lutar por títulos. Perante o que tinha acontecido antes dele, não é coisa pouca.

Mas cometeu um erro capital: achou que o clube lhe pertencia.

Não soube ter a humildade de dar um passo atrás para dar dois em frente: demitir-se para se recandidatar e, muito provavelmente, ganhar as eleições.

Entrou numa guerra que desgastou a imagem dele e, acima de tudo, desgastou o Sporting.

Os adeptos não lhe perdoaram esse braço de ferro que só fez mal ao clube. Por isso, de Assembleia-Geral em Assembleia-Geral, afastaram-no tanto que hoje nem é digno de pagar quotas.

O que os sócios disseram no sábado é que não o querem mais por perto: querem enterrar o passado para olhar para o futuro com esperança.

Sem andar aqui a dar voltas, e voltas, e voltas, em torno de uma coisa que não faz bem a ninguém.

Sobretudo quiseram livrar-se do fantasma de Bruno de Carvalho e dar a Frederico Varandas a oportunidade de os fazer felizes. É importante que todos pudessem perceber isso.

Mais do que importante, aliás: é fundamental.