Primeiro, o apuramento.

Importante, mas esperado, face a um grupo bastante acessível. O anormal terá sido a decisão ter ficado adiada para a última jornada do grupo.

A qualificação tornou-se praticamente realidade depois do empate em Copenhaga, que manteve o FC Porto a depender de si na última ronda, e o facto de o Leicester ter tudo decidido a ponto de abdicar de praticamente toda a equipa titular no Dragão.

Seria preciso uma noite horrenda, e os dragões já tiveram algumas más esta época, para que a equipa de Nuno Espírito Santo não garantisse a qualificação.

Apesar de tudo isso, o FC Porto tem o mérito de não ter complicado e prolongou no tempo as melhorias já mostradas frente ao Sporting de Braga. Ao contrário do que tem defendido o seu treinador, foi no jogo com o conjunto de José Peseiro que os dragões estiveram mais perto de produzir o que devem, embora também aqui o adversário tenha ficado condicionado por uma expulsão (justa) muito cedo.

Além da subida de produção no plano ofensivo, o FC Porto viu André Silva recuperar o golo que lhe fugia há um mês e Corona voltar aos grandes momentos. Só por si boas notícias. Só que o sinal mais positivo terá vindo mesmo da prestação de Brahimi. Um grande golo (de calcanhar, como o histórico assinado pelo compatriota Madjer) e a prova de que o argelino pode ser, como muitos defendem desde o início, a melhor unidade para devolver imprevisibilidade à linha ofensiva.

Os dois triunfos, este último por goleada, surgem na altura certa. O moral volta a subir, o calendário irá baixar de grau de dificuldade e há já oportunidade no fim de semana de recuperar pontos a um ou a dois rivais. O FC Porto poderá finalmente entrar em velocidade de cruzeiro e ganhar fôlego para meses mais difíceis.

O rival Benfica também segue para os oitavos, mas fá-lo com uma derrota, beneficiando do resultado que precisava em Kiev, e tal como o FC Porto num grupo acessível.

Os encarnados estiveram longe de equilibrar o encontro frente ao Nápoles e deixaram expostas algumas das suas debilidades: uma a menor solidariedade de Salvio nas ações defensivas, outra a sofreguidão e já menor capacidade de Luisão no desarme, que se aliam a um menor controlo da profundidade, e a falta evidente de um lateral-esquerdo para acrescentar dinâmica à já dada por Cervi.

Restará perceber, no caso da equipa de Rui Vitória, que influência terá tido o outro resultado na gestão do esforço por parte dos jogadores, com consequência no resultado, face à proximidade do dérbi e a natural incerteza sobre o primeiro lugar ser realmente melhor do que o segundo na próxima fase.

Para já, existe mérito pelo objetivo cumprido pela segunda época consecutiva, alicerçado na boa vitória na Ucrânia, importante para as contas finais.

Está aí a chegar, contudo, o grande teste. O Sporting a chegar à Luz para um dos jogos da época. Não faltará ânimo aos leões para alcançar o primeiro lugar, mesmo depois da eliminação da Europa na fria Varsóvia.