A campanha europeia do FC Porto merece um parágrafo só para ela. Absolutamente fantástica.

Há, no entanto, uma pergunta que se torna obrigatória: será este o nosso limite? Quer dizer, serão os quartos de final o limite máximo a que o futebol português pode aspirar na Liga dos Campeões?

A verdade é que desde que a Champions adquiriu mais ou menos este formato, permitindo a entrada em prova de clubes não campeões - o que aconteceu há cerca de vinte anos -, só por uma vez uma equipa portuguesa foi mais longe do que os quartos de final: aconteceu com o FC Porto, quando chegou à final de Gelsenkirchen e contra todas as expetativas foi campeão europeu.

Ou seja, a única exceção não é exemplo, porque foi um ano anormalmente atípico: um ano, como disse José Mourinho, provavelmente irrepetível.

Para lá dessa epopeia histórica, é verdade que tanto FC Porto como Benfica já chegaram, até por mais do que uma vez, aos quartos de final: e nunca conseguiram passar daí.

Mas há mais.

A diferença que o Liverpool marcou em relação ao FC Porto viu-se no resultado, claro, mas também em pequenos pormenores: a velocidade dos jogadores, a receção orientada, a capacidade de passe, a ocupação dos espaços, enfim. A formação inglesa mostrou que as equipas portuguesas ainda estão muito longe da qualidade dos maiores candidatos ao triunfo europeu.

Por muito que se esforcem, por muito bem que trabalhem, por muito que se preparem, há detalhes físicos, técnicos e táticos que fazem a diferença: e contra isso parece não haver nada a fazer.

O que lança outra vez a tal dúvida. Será este o nosso teto máximo?

É que se o for, o que aconteceu ao FC Porto só serve para exigir um aplauso mais sonoro: a equipa de Sérgio Conceição foi ao limite do possível na Liga dos Campeões.

Muitos parabéns, portanto.