Não houve Taça em Vila Real, mas sobraram motivos para fazer a festa.

O FC Porto ganhou, ganhou bem, construiu uma goleada das antigas, saiu de sorriso rasgado e ganhou opções válidas para o futuro.

Acima de todos, Adrián Lopez, claro.

O espanhol fez quatro dos seis golos e deve estar leve, leve, levezinho. Praticamente a voar de tão feliz. Nesta altura, e com o entusiasmo alcançado, é uma alternativa credível para qualquer situação. Sérgio Conceição também saiu a ganhar, portanto.

Já o Vila Real fez um esforço suplementar para ter o jogo no seu Monte da Forca e conquistou uma noite para recordar por muitos anos.

Para uma equipa que disputa os distritais e está habituada a defrontar aos fins-de semana o Valpaços, o Vila Pouca, o Alijoense ou o Vilar de Perdizes, poder por um dia ter no seu relvado a desfilar craques mundiais como Éder Militão, Felipe, Oliver Torres ou Herrera, é no fundo a lotaria em forma de futebol: a verdadeira essência da Taça de Portugal.

A equipa transmontana mereceu celebrar esta vitória.

PS. No final do dia só Pinto da Costa não saiu a ganhar. O presidente veio reclamar uma espécie de ascendente moral pelo facto do FC Porto ser o único dos três grandes a jogar de facto no campo do adversário. Como se todos nós não nos lembrássemos, por exemplo, que na última época defrontou o Lusitano de Évora... no Restelo. A mais de 140 quilómetros da casa do adversário. Ou como se não nos lembrássemos também que nas últimas 10 épocas já por quatro vezes o FC Porto jogou em campo neutro. Infelizmente neste tema os grandes estão todos na mesma posição: nenhum deles é inocente.