Quando a televisão mostrou que João Afonso não tinha sequer tocado em Corona, aos 67 minutos do jogo no Dragão, sentimo-nos todos enganados.

O lateral do FC Porto tinha mentido.

Entrou na área, foi à procura da falta e atirou-se para o chão perante a proximidade de João Afonso.

Impressionante, aliás, como os jogadores caem em grande estilo. O trabalho que aquilo não deve dar a ensaiar, para as quedas serem tão perfeitas, tão bonitas, tão fraudulentas.

O árbitro marcou penálti, julgando (como todos nós) que a falta tinha sido inequívoca. Mas não. João Afonso até retirou o pé para não tocar em Corona.

O mexicano levou o embuste até ao fim, burlou o adversário, mentiu ao árbitro e iludiu-nos a todos.

Felizmente agora existe vídeo-árbitro. Que não deixa as mentiras passar incólumes.

Por isso o penálti foi revertido, Corona viu o cartão amarelo e todos ficamos com a esperança que o futuro seja mais verdadeiro: que os trapaceiros percebam que é mais difícil aldrabar.

Porque no fundo é disso que se trata: aldrabar o adversário, o árbitro e o adepto.

Aldrabar o futebol.

Pelo menos aquele amarelo resgata-nos a esperança num futuro mais verdadeiro.