O futebol português não é uma atividade onde abundem decisões e comportamentos sensatos.

Talvez por isso a decisão de renovar com Paulo Bento dois meses antes do Mundial seja capaz de nos surpreender. E no entanto ela é apenas normal.

Todos sabemos de memória aquela conversa sobre futebol e resultados e a influência da bola na barra na carreira de um treinador. Na verdade, as coisas são um bom bocado diferentes.

Quem trabalha todos os dias com um treinador sabe muito, mas mesmo muito, mais do que nós, os que vemos a bola entrar ou passar ao lado.

Quem emprega um treinador conhece a sua forma de se relacionar para cima, para o lado e para baixo. Os métodos. A paixão pelo trabalho. A entrega. A paixão. E, talvez mais importante do que isto, a relação que mantém com os jogadores, afinal a linha que separa o sucesso do insucesso no futebol.

Portanto, que a Federação não faça depender a renovação de contrato com Paulo Bento das bolas que embaterem na barra durante o Mundial 2014, no Brasil, é apenas uma decisão que faz sentido.  Claro que no futebol português isso merece ser elogiado.