Que noite.

O Rio Ave pôs Portugal a vibrar e a sofrer, no fim de um jogaço em que deixou um gigante europeu a cambalear por quatro vezes e só lhe faltou um sopro mais para o atirar definitivamente ao chão.

Esteve perto, muito perto, de escrever definitivamente história. Não o conseguiu, é verdade, mas ninguém nos pode tirar este sorriso da cara: o sorriso de um país orgulhoso com uma sua equipa.

Lembro-me que há uns anos o Sp. Braga foi a Sevilha fazer uma exibição perfeita e vencer a equipa de Luís Fabiano, Kanouté, Negredo, Jesus Navas e Perotti por 4-3, para garantir a entrada na fase de grupos da Liga dos Campeões. Nessa noite sentimos que o Sp. Braga acabava de se tornar uma equipa de dimensão internacional: uma equipa europeia, capaz de se afirmar em qualquer campo.

O Rio Ave ainda não chegou a esse ponto, mas para lá caminha. Este é um clube que não queima etapas, e todos os passos são dados naturalmente, numa sequência lógica de progressão.

Em Portugal já mostrou que consegue bater o pé a qualquer adversário, e quando os grandes vão a Vila do Conde é sempre jogo de tripla. Esta noite acrescentou a isso outra evidência: que pode enfrentar nos olhos um tubarão europeu, daqueles com sete Ligas do Campeões e quatro Mundiais de Clubes, e até vencê-lo. Sem sorte, sem favores, sem acasos: apenas com talento e futebol.

Não custa adivinhar que o Rio Ave se tornará nos próximos anos uma equipa de dimensão europeia. É o percurso normal para um clube que trabalha bem em vários aspetos.

Nessa altura, quando voltar a defrontar um tubarão europeu, a bola vai bater nos dois postes e entrar. E Portugal continuará a vibrar e sofrer como hoje. Orgulhoso de uma sua equipa.

Obrigado por isso.