Francisco Trincão não é propriamente uma surpresa, mas para aqueles um bocadinho de nada mais céticos, a exibição no Estádio da Luz serviu para tirar as últimas dúvidas.
É craque.
E exatamente por ser craque é que surpreende que em mais de quatro meses, até entrar em campo no jogo frente ao Benfica, só tivesse somado 320 minutos.
É demasiado pouco e remete-nos para o título deste texto: Trincão precisa sobretudo de ter sorte.
Precisa de ter a sorte de encontrar um treinador que não tenha receio de apostar nele e de ser feliz. Um treinador que ame o futebol, mais do que um ou outro resultado, que aprecie o talento e que seja capaz de se deixar conquistar por esta coisa fantástica que é descobrir um craque em bruto.
De resto, o jovem esquerdino do Sp. Braga tem tudo: velocidade, técnica, remate, coragem.
Precisa de dar dimensão a este talento, de ganhar experiência, de descobrir como colocar o génio ao serviço da equipa para se tornar craque sempre, e não só de vez em quando.
Precisa de crescer, o que é natural. Mas para isso também é necessário ter sorte.