Portugal ganhou. Era o mais importante: ganhar! E a Seleção não falhou.

Quando se cumpre o maior objetivo, há pouco se possa apontar de negativo. Os resultados geram confiança, que gera mais resultados, e por aí fora. 

No que diz respeito à atitude e vontade, estaremos todos alinhados com a opinião de Fernando Santos: os jogadores trabalharam, estiveram concentrados e, só por isso, mereceram o triunfo e a primeira posição do Grupo.

Foi também bem sucedida a estratégia de ter Fábio Coentrão como tampão no meio-campo às investidas dos sérvios pelo seu flanco direito. As «costas» de Ronaldo têm sido inúmeras vezes aproveitadas no passado pelos adversários e, funcionando esse tampão bem ou menos bem, é pelo menos bom sinal ter alguém a olhar para o fenómeno com alguma atenção.

Curiosamente, este foi o jogo em que Ronaldo mais vezes foi atrás ajudar, talvez para contrariar a ideia generalizada e tantas vezes repetida que não contribui o suficiente para as compensações defensivas.

O Portugal-Sérvia mostrou também um Moutinho em crescendo - fantástico o passe para o segundo golo, marcado por Coentrão - e um Tiago, que parece cada vez melhor, à medida que envelhece. É, apesar do rótulo da idade, um dos melhores médios da Europa a atuar naquela posição, e merece pelo menos que esse rendimento seja aproveitado finalmente na sua Seleção. 

A exibição não foi prodigiosa. Nem os jogadores da Seleção estiveram todos ao mesmo nível. E, perdoem-me, mas o famoso índice de suspeição lesional popularizado por Henrique Jones durante o último Mundial continua alto e, para confirmá-lo, basta olhar para a saída de Ricardo Carvalho, que se terá magoado a festejar.

O caso de Danny também parece sintomático. Continuamos a desesperar por ver o avançado fantástico do Zenit e descobrimos em cada jogo que este não chegou completo da Rússia.

Eliseu como lateral, apesar da boa vontade de todos, será também uma solução a curto prazo, na expetativa de Raphael Guerreiro explodir para o jogador que todos esperam. O mesmo se passa com Bosingwa do outro lado.

Terão sido estes três os mais apagados frente à Sérvia. Mas há outros nomes na convocatória que fazem com que não me reveja nela. Nomes que roubam etapas de crescimento a uma Seleção mais forte nos próximos anos.

Mas Portugal ficou três pontos mais perto do Europeu e, no fundo, é o que mais interessa. Não é?

Luís Mateus é subdiretor do Maisfutebol e pode segui-lo no  TWITTER.