Pedro Farromba, chefe da missão portuguesa aos Jogos Olímpicos de Inverno, faz um balanço positivo da participação nacional, que contou com dois atletas em prova, os luso-descendentes Camille Dias e Arhtur Hanse. O dirigente acredita que esta presença representou «o início de um caminho».

«Tendo em conta a falta de experiência dos nossos atletas, a avaliação que fazemos só pode ser positiva. Termos dois atletas nos Jogos Olímpicos é muito bom, ainda para mais na modalidade que reúne mais atenção, o esqui alpino», analisou Pedro Farromba, em declarações ao site do Comité Olímpico de Portugal.

Camille Dias teve a melhor prestação lusa, com o 40º lugar no slalom, além do 63º no slalom gigante, enquanto Arthur Hanse não terminou as suas duas provas, também no slalom. «Claro que gostaríamos que o Arthur tivesse acabado ambas as provas, mas este desporto é mesmo assim, um erro e está-se fora, o que custa muito quando se trabalha um ano inteiro para cá chegar e numa fração de segundo acabou. Mas Sochi é o início de um caminho para todos nós», diz Farromba.

Quanto à organização, e depois da muita polémica que antecedeu os Jogos, o dirigente português diz que foi agradavelmente surpreendido: «Foi tudo muito bom. Vínhamos com algumas reservas fruto das notícias e informações que íamos lendo, porém todas as condições eram de excelência. Tanto a nível organizativo, como desportivo, como de instalações, como médicas, tudo foi perfeito. Até ao nível dos voluntários, aqueles que nos acompanharam foram inexcedíveis.»

Voltando a Portugal, Pedro Farromba acredita que Sochi deixou sinais otimistas para o futuro português e a expectativa é aumentar o número de participantes daqui por quatro anos, na Coreia do Sul. «Temos vindo a fazer um trabalho de prospeção pelas comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo, que para Sochi permitiu estarmos presentes com o Arthur e com a Camille. Porém, outros há que já estão identificados e cujo nível competitivo irá permitir termos mais atletas na Coreia do Sul e, simultaneamente, com outras possibilidades em termos desportivos, pois possuem um nível mais alto. Mas também o Arthur e a Camille têm excelente potencial, são muito novos e com a experiência aqui adquirida, e a que irão por certo adquirir neste período com participação em provas internacionais importantes, poderão olhar para os Jogos Olímpicos com outras ambições», analisa: «Agora vamos procurar os apoios públicos e privados para darmos condições a estes atletas para terem uma preparação melhor para atingirem um nível superior. A visibilidade que aqui conseguimos irá contribuir decisivamente para isso, assim como poderá permitir trazer mais praticantes para estes desportos.»