Octávio Machado tem dado a cara pelos Bombeiros Voluntários de Palmela, de que é presidente há 27 anos, nestes dias terríveis em que os incêndios têm fustigado o seu concelho natal. Numa reportagem alargada da CNN Portugal, o antigo treinador não escondeu alguma consternação, mas também algum alívio face à atual situação. «Há sempre reacendimentos, há o vento, não consigo ainda ficar completamente descansado, mas as notícias desta manhã são animadoras», conta.

Uma longa ligação de Octávio aos bombeiros da terra, que já vem de trás. «Isto é algo que já vem de família. O meu avô foi comandante interino; no início da associação, o meu pai e o meu tio estiveram no primeiro corpo ativo; portanto é uma paixão de muitos anos. Não conseguimos desligarmo-nos disto», conta o antigo jogador, treinador e dirigente, atualmente com 73 anos, explicando a sua ligação a uma atividade que, quando tudo corre bem, não é notícia, e é assim que se quer que seja.

Octávio não vai para o combate direto ao fogo, mas nos últimos dias não largou o telefone. «Eu trato da parte logística, a parte operacional é com o meu comandante. Sempre foi assim. Quer estejam aqui ou noutro lado qualquer. É fundamental os homens estarem no terreno e saberem que têm na retaguarda alguém que está preocupado com eles. A única coisa que eu quero que lhes falte é o fogo para apagar. Porque o resto não lhes vai faltar nada, em apoio, em logística, se depender de mim nada vai faltar aqui a ninguém», explicou.

Octávio, no futebol, destacou-se sempre com o seu estilo inconformado, que agora coloca ao serviço dos bombeiros, como aconteceu no pior dia do incêndio de Palmela, na passada quarta-feira. «O pedido de meios aéreos, numa primeira intervenção, foi recusado. Não me venham com subterfúgios e habilidades comunicacionais. Comigo, não. Quando peço uma coisa e não me dão, é recusado», desabafa.

«Agora, podem ser dadas justificações. Muito bem. Mas a justificação que é dada para a recusa é que não havia meios disponíveis. E isso é triste. Perante este estado todo de alerta, sabendo-se as previsões meteorológicas, sabendo-se que esta é uma zona com uma orografia complexa, com habitação rural dispersa, com parque natural. É triste não ter havido essa prevenção», reforçou.

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