Os 23 arguidos da invasão à Academia de Alcochete e agressões ao plantel principal do Sporting vão ficar em prisão preventiva.

O juiz de instrução criminal do Tribunal do Barreiro decretou, esta segunda-feira, a medida de coação de prisão preventiva a todos os 23 arguidos detidos na sequência das agressões de terça-feira na Academia do Sporting, em Alcochete.

No comunicado, divulgado às 20:15, a medida é justificada no facto de se manterem os pressupostos, "objetivos e subjetivos", dos tipos de crimes imputados aos arguidos.

O tribunal refere que a medida foi tomada "tendo em conta que se verificam os pressupostos, objetivos e subjetivos, dos tipos de crimes que lhes são imputados e que se verificam ainda os perigos referidos nas alíneas a) a c) do artigo 204 do processo penal, perigo de fuga, perigo de perturbação do decurso do inquérito, nomeadamente para aquisição e conservação e veracidade da prova, de continuação da atividade criminosa, bem como de grave perturbação da ordem e tranquilidade públicas".

A nota acrescenta: "Atendendo à natureza dos ilícitos em causa e à visibilidade social que a prática dos mesmos implica, considerando, principalmente, o aumento do número e da gravidade dos crimes e dos comportamentos associados ao fenómeno desportivo, foi aplicada, para além do Termo de Identidade e Residência, a medida de coação de prisão preventiva."

O Ministério Público pedia a medida de coação mais grave, invocando "perigo de fuga, perigo de perturbação do decurso do inquérito", "perigo da continuação de atividade criminosa" e "perturbação da ordem pública", que foi mesmo confirmada esta segunda-feira à noite.

Na última terça-feira, antes do primeiro treino para a final da Taça de Portugal, a equipa de futebol foi atacada na Academia do clube, em Alcochete, por um grupo de cerca de 50 alegados adeptos encapuzados, que agrediram técnicos e jogadores, tendo a GNR detido 23 dos atacantes.