O triunfo categórico dos aveirenses encontra base na forma como Leonardo Jardim desenhou as suas linhas. A equipa aveirense até nem tem executantes acima da média, mas a disciplina táctica que apresenta esbate todas as diferenças. Este Beira-Mar é para levar bem a sério.
Afinal de contas, a história do jogo quase nunca pareceu, sequer, perto de poder contemplar um «twist» final. Aliás, só mesmo no início do encontro, quando Paulo César desperdiçou a primeira grande oportunidade do desafio se pôde prever algo de diferente. A desesperada recuperação final também acalentou esperanças. Infrutíferas.
Com várias deficiências ao nível do passe, a equipa de Domingos foi impacientado os adeptos e, ao mesmo tempo, galvanizando o rival. O golo de Leandro Tatu, num lance de bola parada, foi o tónico que faltava. O jogo não seria mais visto da mesma forma.
Depois da «mão de Ronny»...a cabeça e o pé
Domingos entrara em jogo com várias alterações. Lesões, castigos e opções técnicas levaram Custódio, Hugo Viana e Aníbal ao onze. O antigo médio do V. Guimarães ocupou o lugar de Sílvio na direita da defesa, mas mostrou não ter pernas para o lugar. Aníbal fez o que conseguiu e Hugo Viana nem sempre disfarçou a falta de ritmo.
Por isso, na segunda metade, Domingos mexeu cedo. Lançou Matheus. Sofreu o segundo. Lançou Luís Aguiar e Meyong. Foi brindado com o terceiro tento aveirense.
Culpa de quem? De um personagem recuperado do futebol português. Famoso pelo golo em Alvalade obtido com a mão, quando jogava no Paços de Ferreira, Ronny mostrou ao mundo as principais virtudes. Ganhou de cabeça ao primeiro poste para fazer o segundo e foi frio o suficiente para fuzilar Felipe no terceiro. Esqueçam lá a mão, que o rapaz é bom no resto...
Recuperação só evita o escândalo
Quando muitos espectadores já tinham abandonado o Municipal minhoto, veio o melhor Sp. Braga da noite. Um penalty sobre Matheus transformado em esperança por Meyong foi o primeiro passo. Lima, o melhor bracarense, quis dar o segundo. Conseguiu-o, mas não mais que isso.
Rui Rego, sob o apito final, ainda brilhou ao negar o terceiro golo a Alan, com o Estádio em polvorosa. Nada a fazer. Más decisões, erros infantis e displicência a mais traçaram o destino aos minhotos. O Beira-Mar somou o quinto jogo consecutivo sem perder em Braga. Depois de três empates, vestiu o fato da vitória. Ficou-lhe bem.
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Sp. Braga-Beira-Mar, 2-3 (destaques)
Sp. Braga-Beira Mar, 2-3 (ficha)