A figura: Mário Felgueiras

O futebol tem destas coisas. Mário Felgueiras ocupou a baliza do Sp. Braga em 2010/11, na terceira pré-eliminatória da Champions. Foi a estreia da equipa minhota na competição. Deixou boas indicações frente ao Celtic mas viria a ser emprestado ao Rio Ave. Entretanto surgiu o Cluj (onde esteve Beto na época passada). No regresso a Braga, uma exibição com várias intervenções de bom nível, sobretudo na etapa complementar. Desempenho de luxo, roubando o protagonismo a Rafael Bastos na etapa complementar. 24 defesas no total!

O momento: defesa aos papéis:

O Braga já perde e carrega no ataque. Sem pensar. Sougou recupera a bola e percebe. Kapetanos, bem antes do meio-campo (escapando assim ao fora-de-jogo), tem terreno livre para correr e se isolar. O grego acaba por desperdiçar a oportunidade criada pela falta de coordenação da defesa do Braga. Não serviu como aviso. Rafael Bastos fez o 0-2 logo depois.

Outros destaques:

Rafael Bastos

Fez oito jogos em meio ano no Sp. Braga, entre janeiro e julho de 2010. Seis como suplente utilizado. Sem aproveitamento na cidade minhota, rumou ao Cluj e tem-se assumido como o maestro da equipa. Aos 27 anos, Rafael Bastos regressou a Portugal para um acerto de contas que o levou, inclusive, a provocar os adeptos do Braga após o seu segundo golo na partida. O primeiro surgiu após bom passe de Sougou. Seguiu-se uma jogada individual onde demonstrou toda a sua qualidade, passando três adversários. Um perigo à solta.

Alan

Simboliza o momento de menor fulgor da formação arsenalista. Exibição apagada, pouco inspirada, nada condizente com a sua qualidade e o seu estatuto na equipa. Recuperou as tranças que deixara cair no início da época mas nem esse amuleto lhe deu sorte. Terá saído por opção, ao intervalo. Com naturalidade.

Nuno André Coelho

Substituiu Douglão no centro da defesa do Sp. Braga mas acaba por partilhar responsabilidades numa série de erros coletivos que abriram caminho para os golos do Cluj. Falta de coordenação no setor, evidente no primeiro tento e numa perdida de Kapetanos, que se conseguiu isolar partindo antes do meio-campo! Foi chamado à seleção nacional mas terá de fazer mais para justificar a confiança de Paulo Bento. E de José Peseiro.

Éder

Não é Lima, nunca o será. Contudo, tem um potencial tão evidente que seria uma injustiça procurar explicação para este resultado do Sp. Braga na falta de acerto do seu ponta-de-lança. Menos veloz e acutilante que o seu antecessor, Éder é um avançado com caraterísticas que o Sp. Braga (e a seleção nacional) não podem desperdiçar.

Ruben Micael e Mossoró

Duas faces da mesma moeda. Os adeptos e a crítica reclamavam a utilização conjunta dos dois criativos mas, com isso, o Sp. Braga perdeu largura no seu jogo. Ruben Micael e Mossoró procuraram invariavelmente o centro do terreno, deixando os flancos ao abandono. O português jogou mais em esforço, o brasileiro confiou no seu talento, nenhum deles brilhou com grande intensidade. Ainda assim, mais mérito para Micael pela perseverança.