Por Bruno José Ferreira

Há 13 anos que o Sp. Braga não ficava em branco quatro jornadas consecutivas. Desde a longínqua época 1999/2000 que em Braga não se assistiu uma fase tão negativa. Destas quatro derrotas consecutivas, três delas foram averbadas em casa, no Municipal de Braga.

Quanto ao Rio Ave, fez aquilo que bem sabe. Homens do mar, aproveitaram o sabor das ondas, deixaram-se andar à sua mercê, e quando a maré levou a bom porto lançaram as redes. Que é como quem diz, aproveitaram o reboliço da pedreira, venceram e ultrapassaram os minhotos na classificação.

Vida difícil para Jesualdo Ferreira, que continua a autêntica roda-viva no seu plantel. Décimo segundo jogo oficial da época e igualmente décimo segundo onze diferente. Quatro alterações na equipa inicial comparativamente com a recepção à Académica, todas elas por opção técnica.

Domínio sem ideias dos arsenalistas

Sensação antagónica para o Sp. Braga no segundo jogo consecutivo no Municipal de Braga. O frio da pedreira não arrefeceu o ânimo dos guerreiros, que continuam a jogar sobre brasas. A prisão de movimentos e o medo de arriscar são mais do que evidentes nas movimentações ofensivas, enquanto que a defesa não consegue esconder a tremedeira.

Mesmo perante um Rio Ave muito tímido, com pouca criatividade para emprestar a este jogo frio da pedreira e sem grandes pretensões ofensivas. A equipa de Nuno Espírito Santo apresentou-se organizada, mas só isso.

Foi o suficiente para uma vez mais bloquear este Sp. Braga que via repetir-se a papel químico o jogo de há menos de uma semana com a Académica. O domínio era inequivocamente da equipa da casa. Não há dúvidas quanto a isso, mas é um domínio pautado pelo medo e pela insegurança. Só faltava mesmo o golo forasteiro para a história se repetir exatamente nos mesmos moldes.

Tarantini resolveu à bomba

Tarantini apontou no decorrer do segundo tempo o golo do Rio Ave. O centro-campista da equipa dos arcos puxou do gatilho e atirou com força e precisão para o fundo das redes, acentuando a crise da pedreira. Mais três pontos para o Rio Ave a jogar fora de portas, já soma dez nessa condição, e o precipitar da revolução em Braga.

Bancadas de pé quase que unanimemente acenando com lenços brancos. António Salvador nunca havia atravessado semelhante crise de resultados no comando técnico do Sp. Braga, e também para ele a situação é nova. Monumental assobiadela no final dos noventa minutos.

A equipa minhota cai para o nono lugar da classificação, vai na quarta derrota consecutiva e na próxima jornada desloca-se ao terreno do Benfica. O Rio Ave ganha um bom embalo para definitivamente se dar bem a jogar no seu terreno. Tem dois jogos em Vila do Conde nas próximas duas jornadas e tranquilidade inverter os maus resultados caseiros.

Ficha de jogo e AO MINUTO