O Sp. Braga foi incapaz de vencer uma U. Leiria que fez tudo para segurar o pontinho. Fez até para lá do limite do razoável: é incompreensível como uma equipa que já jogou bem consegue provocar tanto anti-jogo. Defendeu, perdeu tempo, defendeu mais, fez faltas atrás de faltas e defendeu ainda mais.

A formação de Domingos, a quem só a vitória interessava, lutou até ao último pingo de suor para ultrapassar este osso duro de roer. Fê-lo num esforço enorme, que só na quinta-feira se quantificará com exactidão. Pelo caminho somou apenas um ponto e ficou igualado com o Sporting no terceiro lugar.

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As contas, aliás, inverteram-se nesta altura. O Sp. Braga deixou de ter vantagem e, se tudo continuar assim, entra na última jornada obrigado a vencer o Sporting em casa. Domingos fez tudo para o evitar, lançou Alan e Hugo Viana, acabou o jogo com quatro avançados, mas de nada serviu.

Nessa altura Pedro Caixinha retirou o homem mais avançado (Rodrigo Silva) para colocar mais um trinco (Diogo Amado), provocou um congestionamento à entrada da área e criou ansiedade no adversário, que sentia o discernimento a diminuir à medida que os minutos aumentavam.

Destaques: Ukra à procura do tempo perdido

É certo que o Sp. Braga até teve boas ocasiões de golo. Alan, por exemplo, entrou em campo e no minuto seguinte ficou duas vezes muito perto de marcar. Ukra somou só eles três remates perigosos, Mossoró e Paulo César falharam cada qual um golo isolados e Gottardi foi um certificado de segurança.

Os últimos vinte minutos foram quase todos eles jogados num espaço de metros, à entrada da área do Leiria, num espaço onde se concentravam dezoito jogadores. Os laterais acabaram como extremos e os extremos dentro da área. O Sp. Braga colocava ritmo e emoção no jogo, a U. Leiria defendia.

Domingos: «Foi um jogo ingrato e um desgosto»

Empurrado por mais de vinte mil adeptos, a equipa da casa fazia tudo para chegar à vitória e nos minutos finais teve uma ocasião de ouro, quando Paulo César recebeu um centro de Alan a um metro da baliza e falhou o desvio. Foi o canto do cisne de uma equipa que não perdeu só o terceiro lugar.

Perdeu também entusiasmo e perdeu uma importante almofada de inspiração para o jogo de quinta-feira. Um resultado destes, nesta altura e perante uma tão forte comunhão com o público, traz sempre um preço a pagar. Mesmo que os adeptos se tenham despedido com aplausos, traz um preço a pagar.

«Como ficaria o Benfica se o Leiria antecipasse o jogo?»

Pelo meio, também a U. Leiria teve ocasiões para marcar. Numa mão-cheia de saídas em contra-ataque, e sobretudo em dois remates de Rodrigo, ficou perto do golo. Nessa altura gelou um estádio que Bruno Paixão aqueceu. O árbitro falhou claro, mas nada de mais: é Bruno Paixão, falha sempre.

Quinta-feira é tempo de dar outra resposta. A ocasião pede-o.