Na conferência de imprensa de antevisão ao jogo com o Paços de Ferreira, o treinador do Sp. Braga comentou as declarações recentes do presidente dos arsenalistas, António Salvador, que reconheceu numa entrevista à CNN Portugal que a equipa tem estado aquém do que era esperado no campeonato.

«Se perguntarem ao Sérgio Conceição ou ao Pinto da Costa, ao Ruben Amorim ou ao Frederico Varandas, ao Nélson Veríssimo ou ao Rui Costa, todos eles vão dizer que esperavam ter mais pontos e são as equipas que estão no topo. Todos nós esperávamos ter mais pontos», afirmou Carlos Carvalhal.

O treinador dos minhotos destacou que os treinadores precisam de tempo para fazerem bons trabalhos e deu como exemplo o sucesso de Jorge Braz, selecionador nacional de futsal, que juntou no passado fim de semana a conquista do Europeu a outro conquistado em 2018 e ao Mundial vencido no ano passado. «É um bom exemplo de um trabalho em que se acredita na capacidade técnica dos treinadores. [O Jorge Braz] esteve oito ou nove anos sem ganhar absolutamente nada e neste momento ganha competições internacionais, é campeão da Europa e do Mundo. (...) Tem de haver tempo para os treinadores fazerem o seu trabalho: as equipas perdem mais vezes do que ganham, é preciso saber ganhar e ter a estabilidade, quando não se ganha, de saber se as coisas funcionam e se se deve dar sequência ou não», disse, frisando não estar a enviar uma «indireta» para ninguém.

Na mesma entrevista, concedida a Rui Santos, António Salvador recordou os fracassos da equipa nas taças, para os quais Carvalhal tem justificação. «Estávamos muito limitados nessa altura, gostaria de ter tido mais opções do que as que tive, mas a confiança do presidente foi de extrema importância e um sintoma de maturidade do nosso presidente», disse.

O Sp. Braga, recorde-se, vem de uma derrota no dérbi minhoto com o V. Guimarães e vai agora defrontar o Paços de Ferreira, que não venceu os últimos cinco jogos, mas não é só a equipa de César Peixoto que tem um «borrego» para matar, até porque, lembrou Carlos Carvalhal, o Sp. Braga não vence o Paços na Pedreira desde 2017.

A derrota com o V. Guimarães, jogo no qual o Sp. Braga foi surpreendido quando jogava em superioridade numérica, voltou a ser tema e o treinador identificou os pecados cometidos pelo conjunto da cidade dos arcebispos. «Usámos e abusámos das bolas nas costas da defesa contrária, o que não é uma nossa característica, foi um comportamento muito precipitado no momento de ter a bola, podíamos e devíamos ter circulado mais a bola. Estivemos melhor 11 contra 11 do que 11 contra 10», notou.