João Novais fez uma retrospetiva da sua carreira numa entrevista aos media do Sp. Braga, em que destaca a influência do pai, Abílio, no seu crescimento como jogador. O médio recorda um golo que marcou ao pai, num Leixões-Boavista, e revela que vários companheiros até o tratam pelo nome do pai no balneário.

Abílio, recordamos, chegou a jogar no FC Porto, no início dos anos noventa, mas cumpriu a maior parte da carreira no vizinho Salgueiros, representando ainda o Leixões, Belenenses, Campomaiorense e Desportivo das Aves.

«Sempre adorei futebol, devido à carreira que o meu pai teve, fui um bocado influenciado nesse sentido. Sempre acompanhei a carreira dele e o gosto pelo futebol surgiu naturalmente desde muito cedo. Fui desenvolvendo este gosto ao longo do tempo, agora é a minha profissão e não deixa de ser o meu maior prazer», começa por contar.

A carreira de João Novais chegou a cruzar-se com a do pai, quando o médio jogava nos juniores do Leixões e o pai treinava os juniores do Boavista. «Foi um momento especial. Fiz três golos no Estádio do Bessa contra o meu pai. Ficou 4-4, marquei o quarto golo do Leixões no último minuto e, na emoção do momento, tirei a camisola e festejei como se tivesse ganho o campeonato. Ele na altura ficou chateado e disse: ‘Tiras a camisola a festejar um golo contra mim!?’. Eu respondi-lhe que apesar de sermos pai e filho, estamos a defender as nossas cores e que temos de ser profissionais. Pronto, confesso que se calhar festejei de mais, mas depois ficou tudo bem entre nós os dois (risos)», recorda.

Pai e filho mantêm, aliás, um despique até hoje sobre o número de livres que resultaram em golo nas respetivas carreiras. «Ele ainda tem mais golos do que eu de livre neste momento, mas espero alcançá-lo. Já lhe perguntaram quem bate melhor, ele responde que bate mais em jeito e eu mais em força. Ele era um exímio batedor de bolas paradas e eu tento seguir as pisadas dele. Espero ainda evoluir mais nesse aspeto», acrescentou.

Uma relação especial entre pai e filho que leva muitos companheiros de Novais a tratá-lo pelo nome do pai. «Os meus colegas chamam-me Abílio. Eu tive colegas de equipa que jogaram com o meu pai, o Nuno Silva e o Pedras, por exemplo. Havia uma ligação óbvia ao meu pai quando comecei a jogar e isso surgiu naturalmente. O Ricardo Horta e o Sequeira continuam a tratar-me pelo nome do meu pai. Eu levo na brincadeira, não me importo com isso», revela.

João Novais fala ainda do Sp. Braga como «o maior desafio» da sua carreira e revela os nomes dos jogadores do plantel minhoto que gostam menos de perder, bem como os mais divertidos. «O Tiago Sá, o Wilson e o Rui Fonte detestam perder, se perdem uma peladinha vão à loucura. Divertidos temos muitos, o Ricardo Horta, o Raúl Silva, o Sequeira, temos um núcleo grande de divertidos, temos um grande grupo», destacou ainda.