Ricardo e André Horta estiveram juntos, à conversa, no Instagram do Maisfutebol e falaram nas expetativas para o futuro, depois de uma temporada que foi subitamente interrompida pela pandemia da covid-19. André fala em expetativas renovadas, até porque chegou um novo treinador, Custódio, enquanto Ricardo lamenta a interrupção, numa altura em que estava num bom momento, como o Euro 2020 à vista.

André, o mais novo, começou por contar como está a viver o período de confinamento, com a barba mais crescida do que é habitual. «Não podemos sair. É complicado, mas aproveitamos os passeios higiénicos. Vou passear o cão para aí dez vezes ao dia [risos]», começou por contar.

Constrangimentos que André aceita com naturalidade. «Tem de ser, até para proteger as pessoas mais velhas. Antes de jogadores, somos cidadãos, temos de respeitar as regras impostas pelo país, as regras são iguais para todos. Para nós é difícil, porque temos um rotina bem vincada. Ir treinar de manhã, horários, cumprir uma série de regras. O corpo habitua-se àquele nível de exigência e, agora, durante dois meses, fomos privados disso e temos de encontrar formas para que o corpo não se ressinta», acrescentou.

Ricardo também se apresentou com o cabelo mais comprido. «Para as circunstâncias em que estamos, em que não podemos sair, acho que não está mau de todo. Não me atrevo a rapar o cabelo como já vi alguns colegas fazer. O Diogo Viana, aidna agora estivemos juntos, mas não reparei bem, mas é um gajo que se trata bem, é um pouco vaidoso. Já dever ter arranjado alguém para lhe cortar as pontas», referiu também sorridente.

O Sp. Braga prepara-se, entretanto, para voltar ao trabalho e a intensidade dos treinos cresceu a olhos vistos nos últimos dias. «Foi mais duro do que uma semana de treinos normal.  Para nós, basta darem-nos uma bola e facilita o processo. O problema é quando não há bola e dão-nos uma bicicleta. Ter de subir e baixar resistência, para nós, é demais», desabafou André.

Ricardo, já com 42 jogos esta época, é um dos indiscutíveis do Sp. Braga. André, com 30 jogos, tem jogado menos, mas defende que a paragem e a mudança de treinador, não vão beneficiar ninguém no plantel. «Fizemos só um jogo com o novo treinador. Esta paragem não vem beneficiar ninguém, mas para o treinador foi bom, vai poder fazer uma mini pré-época e começar do zero. Vai ter oportunidade para avaliar todos os jogadores e implementar ideias novas para melhorar a equipa. O futebol é mesmo assim, estamos sempre em constante evolução. Vamos ver como corre este final de época», disse André.

Ricardo Horta estava em especial destaque e até já era apontado como candidato a estar na final do Euro 2020. «Tenho vindo afazer uma boa época, mas não penso muito na seleção. Os jogadores às vezes podem achar que merecem, mas depois podem não estar preparados. Já fui uma vez e se calhar não foi no momento certo, agora se calhar podia ser e não fui chamado. Não penso nisso, continuo a fazer o meu trabalho no clube que é o mais importante, mas se fizer isso regularmente pode acabar por acontecer», atirou.

O irmão mais velho dos Horta até já tem uma larga experiência em fases finais. «Já tive a oportunidade de disputar dois Europeus pelos sub-21 e outro pelos sub-19, com algum amargo de boca. Um perdemos na final com a Suécia e noutro fomos afastados pela República Checa, mas claro que gostava de fazer uma fase final pela seleção principal», destacou ainda Ricardo.