Carlos Carvalhal, treinador do Sp. Braga, em conferência de imprensa, depois da goleada ao Moitense (5-0), no Estádio Alfredo da Silva, em jogo da terceira eliminatória da Taça de Portugal:

[Estreia de Vitinha com quatro remates enquadrados, dois golos e uma assistência?]

- Ele está a lutar pelo seu lugar, temos três avançados, com o Mario [Gonzalez] e o Abel [Ruiz], no fundo fez o seu papel. É um jogador que precisa ainda de alguma gestão, joga de forma demasiado intensa, mas é um jogador com quem contamos. Acabámos com seis jogadores da formação. Houve também oportunidade de estrear o Gorby e o Homicek. Os outros já se tinham estreado.

[O Roger marcou e foi festejar consigo]

- Fiquei contente pelo miúdo. O resultado estava feito. Ele passou por um momento difícil e, em função disso, quando alguém triunfa, a reação dele é genuína. A minha também, não só por ele, mas também pela equipa, pela formação.

[O Roger estava visivelmente emocionado depois do golo, como estava agora no balneário?]

- Estava tranquilo, não é fácil para ele, tivemos algumas contrariedades. Ele foi chamado ao primeiro jogo da época, na Supertaça frente ao Sporting, mas o lugar dele é um lugar abaixo. Tem jogado mais nos sub-23, mas treina todos os dias connosco. Ele sabe qual a posição dele, não se pode deslumbrar, para manter um crescimento forte e consistente. Essa é também uma das funções do treinador do Braga. Além da equipa ter de jogar bem, de ganhar títulos, também tem de valorizar os jogadores e também apostar nos jogadores jovens. O treinador do Braga tem de jogar com tudo isto, não é fácil. O ano passado conseguimos. Ganhámos títulos, estreámos sete jovens, fizemos uma boa Liga Europa e vendemos três ou quatro jogadores. Queremos fazer o melhor possível em cada competição.

[Como é que foi preparar este jogo com a pausa das seleções?]

- A preparação do jogo foi mais ou menos a mesma de sempre. Esta equipa do Moitense é extremamente organizada, com onze jogadores perto da grande área e isso cria dificuldades a qualquer equipa. Temos encontrado jogos destes na I Liga, claro que com mais qualidade, mas não foi nada que não estivéssemos à espera. Acho que o calendário está bem feito. Não é o nosso caso, não temos muitos jogadores nas seleções, mas os três grandes ficam praticamente a treinar sozinhos. As dificuldades seriam maiores se a seguir à paragem fosse um jogo do campeonato. Acho que é uma boa medida jogar para a Taça nesta altura.

[Mario Gonzalez estreou-se a marcar esta época, também foi um bom jogo para ele?]

- É muito importante. O Mario está a passar por uma fase diferente. Ele veio o ano passado do Tondela que jogava mais em transição e tinha mais espaços. Infelizmente para ele, o Sp. Braga encontra quase sempre equipas de bloco baixo. O Mario joga melhor com abola nas costas e com espaço. Tem de se adaptar. Hoje conseguiu fazer um golo, mas muitas vezes o contexto não ajuda, não tem muito a ver como a forma dele jogar. Temos encontrado equipas fechadas e ele aí tem sentido alguma dificuldade.