A conquista do 18º título nacional de futebol, o último da história do Sporting, só surgiu depois de dois «match points» desperdiçados. Um deles frente ao Benfica, em Alvalade. Ironicamente, acabou por ser o eterno rival a lançar a festa, no dia 28 de Abril de 2002.

A primeira oportunidade para colocar as faixas surgiu a 21 de Abril. O Boavista tinha perdido em casa com o Varzim (1-2), na véspera, pelo que uma vitória sobre o Benfica garantia o título, mas o «derby» acabou empatado. Jankauskas deu vantagem às «águias» e um penalty de Jardel evitou a derrota leonina, a um minuto do fim (1-1).

Seis dias depois, segunda oportunidade para arrumar as contas. O Sporting visita o Bonfim, mas um «bis» de Jardel só garante nova igualdade (2-2). A festa fica adiada mais uma vez, mas apenas por cerca de 24 horas. No dia seguinte o Benfica vence o Boavista, e lança a festa do outro lado da Segunda Circular. O primeiro golo das «águias» até foi marcado por Argel, que pouco depois recebeu uma chamada do amigo «SuperMário». «Liguei-lhe e a Sport TV deu em direto. Que momento!», recorda o antigo avançado.

«Acabámos por ser ajudados pelo rival, mas seríamos sempre campeões. Foi uma felicidade enorme», defende André Cruz, em declarações ao Maisfutebol. «Nunca tivemos medo de falhar o título. O Boavista ainda ia à Luz, e tínhamos o jogo em casa com o Beira Mar, na última jornada. Ter isso no horizonte libertou alguma pressão. Sentíamos que ganharíamos esse jogo, e se não o fizéssemos não merecíamos ser campeões», reitera João Pinto.

«Se me perguntam se gostava de ter sido campeão em campo, claro que sim. Mas soube bem na mesma (risos). O ponto de encontro era no Hotel Radison (ndr: em frente ao Estádio José Alvalade), mas ao chegar a Telheiras já havia um mar de gente na rua. As pessoas paravam, quando me reconheciam, e sentavam-se em cima do carro. Começou a loucura. Depois ainda tive de ir a pé do estádio para o hotel, pelo meio dos adeptos, o que não foi fácil», acrescenta o «Grande Artista».

A festa seguiu depois para o centro da cidade, com as músicas lançadas então pela Juve Leo a fazer de banda sonora. «Lembro-me da festa, com o autocarro a atravessar o Marquês. Milhares de pessoas! Nunca vi nada assim. Foi um dos momentos mais importantes da minha carreira», recorda Niculae.