A figura: Cleyton

Uma abertura tremenda para Cissé e um roubo de bola que terminou com Cleyton no chão. Dois momentos que mostraram bem o que fez o camisola 20 da Briosa em Alvalade. O brasileiro teve visão de jogo acima dos restantes intérpretes, seja com bola ou sem ela. Na defesa, ajudou Keita e Makelele com um jogo mais posicional que os colegas, de maior inteligência na cobertura dos espaços, a adivinhar o que o Sporting ia fazer com a bola. Assim foi quando tirou a bola a Adrien e este teve de o travar, numa falta para amarelo; depois, a atacar, deu quase sempre uma linha de passe aos colegas e, melhor do que isso, deu-lhes a bola sempre em boas condições. Se alguma ideia e criatividade houve em Alvalade, saiu de cabeça e pés de Cleyton. Saiu numa altura em que mais valia ter o empate na mão do que arriscar perder o ponto.

A desilusão: Adrien

Um jogo para esquecer. Mal no passe, mal no transporte de bola, passivo. Viu um cartão amarelo depois de fazer um passe à queima para Rojo, que o argentino teve dificuldade em devolver, obviamente. Adrien depois leu mal e teve de travar Cleyton que já fugia para um contra-ataque em que a Académica ficava numa vantagem de 4 para 1. Uma prova, uma só, mas que foi conclsuiva daquilo que foi a noite do médio português.

O momento: minuto 60

Já se tinha percebido bem o que estava a acontecer no relvado de Alvalade. Provavelmente, o golo chegaria assim: perda de bola do Sporting, transição rápida da Académica e remate certeiro. Só não foi assim porque Rui Patrício fez uma defesa gigantesca numa tentativa de chapéu de Marinho após passe de Cissé. Enorme o guarda-redes do Sporting.

Outros destaques

Makelele

Impressionante correria no relvado de Alvalade, sempre atrás do médio contrário que tinha a bola. É certo que muito do que o Sporting não fez em Alvalade nesta noite teve culpa própria. Mas é justo dizer que Makelele contribuiu e muito para esse jogo sem chama, com a bola a queimar nos pés dos leões. O camisola 8 dos estudantes fez quilómetros sem a bola ¿ o resto ficou para Cleyton ¿ e meteu os médios do Sporting no bolso. Ou eles esconderam-se lá, que vale o mesmo.

Viola

Há por ali futebol naqueles pés, o que é de estranhar no momento que o Sporting atravessa. Não por os leões não terem jogadores de qualidade (têm), mas porque Viola destoou de todos os outros nos primeiros 45 minutos da noite, em Alvalade. Os outros sem ideias, a esconderem-se, ele com vontade e garra a escrever linhas de futebol no relvado. Os únicos remates que o Sporting atirou à baliza na primeira parte saíram do pé direito do ex-Racing: um aos 13 minutos, outro aos 37. O Sporting do primeiro tempo resumiu-se a isto. O que é pouco para a equipa e alguma coisa para Viola. Caiu imenso na segunda parte, o que é pena.

Rui Patrício e Ricardo

O nulo de Alvalade também se explica pelos guarda-redes. O do Sporting é dos poucos jogadores fiáveis no momento que a equipa atravessa. Patrício fez a defesa da noite ao minuto 60, num lance já acima descrito. Aí, salvou o leão, tal como Ricardo fez o mesmo, em parada menos vistosa, mas igualmente eficaz, a remate de Van Wolfswinkel.

Izmailov

Num cenário mau, com o relógio a pressionar e o público a perder a paciência, veio a frieza do russo tentar dar ânimo à causa leonina. Izmailov bem tentou organizar e e pegar no jogo, mas não pode fazer tudo sozinho. Ainda assim, quase que era decisivo, com um passe a isolar Van Wolfswinkel. O problema foi o remate do holandês e a perna de Ricardo.