A figura: Carrillo

O jovem peruano foi aposta certa de Sá Pinto, que à última hora «perdeu» Izmailov, após queixas no aquecimento. Carrillo, que assinou o segundo golo na Liga, participou nas duas jogadas perigosas do Sporting na primeira parte, uma delas golo. Depois de aos 12 minutos se ter atrapalhado com a assistência de Matías nas «barbas» de Peiser, revelou firmeza aos 30, quando cabeceou picado para o golo inaugural. Muita vontade de mostrar serviço, nem sempre com o discernimento necessário, próprio da idade e da inexperiência. Disso exemplo foi a opção por rematar aos 51 minutos, quando Van Wolfswinkel estava bem posicionado para receber a bola. Mas voltaria a ser fundamental. Aos 77 minutos, acertou na trave, permitindo a Van Wolfswinkel assinar a vitória na recarga. Carrillo foi, por tudo isto, um «suplente» de primeira, que entrou de cabeça e quase saiu de bicicleta.

O momento: autogolo

Mais do que pontuar, a Académica entrou em Alvalade decidida a vencer, apesar de ter várias baixas na equipa, pelo que o golo sofrido aos 30 minutos era um balde de água fria que em muito abalava as convicções dos estudantes. Mas nunca desistiram e o empate comprovou-o: jogada de insistência, primeiro Marinho, depois Nivaldo a cruzar com perigo e Polga a introduzir a bola na própria baliza. Um empate que mobilizou ainda mais a Briosa para a segunda parte. A terminar, Polga podia ter estado ligado a nova igualdade no marcador, caso o árbitro Hugo Miguel tivesse assinalado falta para castigo máximo, após remate de Marinho.

A desilusão: Elias

É o jogador mais fresco do meio-campo, uma vez que não jogou na Liga Europa, que terminou há dias para o Sporting, pelo que tinha todas as condições para participar ativamente no jogo e fazer a diferença. Schaars e Matías também estiveram uns furos abaixo, mas o brasileiro não se pode desculpar com o cansaço. Saiu sem surpresa aos 57 minutos, para a entrada de André Martins.

Outros destaques

Capel

Das lágrimas ao sorriso, Capel continua a ser uma das melhores contratações do Sporting desta época e os adeptos adoram-no. Tem a capacidade de decidir, com cruzamentos rápidos, praticamente meios-golos, tal como aconteceu nesta noite, com Carrillo, a picar a bola após um passe fantástico. O espanhol bem tentou dar outro rumo ao leão, mas num jogo muito aquém dos seus companheiros, tanto Wolfswinkel na frente, como Schaars, Elias e Matías no miolo, não teve a exibição que merecia.

Rui Patrício

Teve mais trabalho que Peiser, sofreu um golo que não preveria, mas foi decisivo em dois lances na primeira parte, ao negar o golo a Nivaldo e a Rui Miguel. Logo aos dez minutos, o esquerdino atirou uma bomba que o guarda-redes defendeu por cima da trave; aos 41 defendeu um remate de Rui Miguel, muito bem posicionado para o empate. Acabou por ser batido por Polga.

Nivaldo

Na ausência do castigado Hélder Cabral, Nivaldo recuou à defesa, mas sempre de olho no ataque. Logo aos dez minutos, um soberbo remate obrigou Rui Patrício a uma grande defesa, em cima do intervalo esteve no cruzamento que obrigou Polga a marcar na própria baliza. Ao longo do jogo melhorou no apoio à defesa, mas esteve melhor no aspeto ofensivo.

Diogo Valente

Não tem jogado com a regularidade que desejaria, mas cumpriu com rigor a sua missão. Foi pelo seu lado que os estudantes mais exploraram o ataque e só não foram bem sucedidos porque faltou quase sempre acerto no último toque.

Adrien

Lutou muito, tal como Diogo Melo. Aliás, muito do que o meio-campo criativo do Sporting não fez também foi fruto do seu trabalho. Fez alguns passes à procura do golo, mas não foram aproveitados.