Dias da Cunha deixa a presidência do Sporting e todos os cargos que ocupa na estrutura dos «leões», incluindo a presidência da SAD. O dirigente anunciou a decisão através de um comunicado publicado no site oficial do clube.
Dias da Cunha anuncia a decisão no dia seguinte ao anúncio da saída do treinador José Peseiro e do administrador Paulo de Andrade, contra a sua vontade. O anúncio é feito no dia para o qual estão marcadas reuniões dos orgãos sociais e Conselho Leonino.
O dirigente explica os seu argumentos no comunicado, que pode ler na íntegra aqui:
Comunicado
«Tornei público ontem que decidi aceitar os pedidos de demissão do Administrador Executivo da Sporting, SAD, Paulo de Andrade, e do treinador principal da equipa de futebol, José Peseiro. Ambos tinham há muito posto os seus cargos à disposição, tornando claro que não esperavam do Sporting qualquer compensação ¿ felizmente há pessoas que pela sua qualidade ímpar e pela maneira como servem o Clube continuam a demonstrar que o Sporting é diferente.
A decisão que tomei, embora tenha tido a sustentá-la o que fui levado a considerar como o superior interesse do Sporting, violentou-me de forma intolerável.
Com a idade da razão, aprendi a viver com princípios, os princípios que meus Pais me incutiram, e aprendi também que os princípios não têm excepções ¿ é a velha ideia, fora de moda, bem sei, de ¿antes quebrar que torcer¿.
Entre os meus diferentes princípios, contam-se dois que o momento que o Sporting atravessa me leva a que os invoque:
- Em democracia, todas as instituições são governadas pelos órgãos que a legislação em vigor estabelece; num Clube desportivo, como numa sociedade comercial, cabe à respectiva direcção conduzir os destinos da instituição; o tempo e o espaço para se colher a vontade dos sócios são as assembleias gerais.
- Os contratos são para se cumprir.
Ao aceitar como aceitei os pedidos de demissão do Dr. Paulo Andrade e do Prof. José Peseiro fi-lo violando estes dois princípios. E nem o facto de o ter feito, como já referi, em defesa do superior interesse do Sporting, é capaz de me levar a fechar os olhos, a fazer de conta e a continuar como se nada se tivesse passado.
Em consequência do que sucintamente acabo de expor, decidi deixar a Presidência do Sporting. Obviamente, deixo também todas as Presidências e qualquer outro cargo que tinha no Grupo Sporting.
Com o objectivo exclusivo de serenar a imensa maioria dos Sportinguistas ¿ porque sei bem que a imensa maioria dos sócios do Sporting não se revê na arruaça e na desestabilização - estou em condições de informar que, nos termos estatutários, os órgãos sociais do Clube e das empresas continuam em funções.»