Moisés não vai cumprir já a pena de quatro meses de suspensão imposta pela FIFA e vai poder jogar. A explicação é dada ao Maisfutebol por Nogueira da Rocha, advogado do Sindicato dos Jogadores e membro do Tribunal Arbitral do Desporto (TAD), que vai julgar o recurso que o jogador vai enviar esta quarta-feira via Confederação Brasileira de Futebol.
«O jogador vai poder jogar porque todos os recursos enviados para o TAD levam à suspensão da decisão tomada», começou por afirmar Nogueira da Rocha, que entende que o recurso que será entregue por Moisés e pelo Cruzeiro deve levar «entre seis meses até um ano a ser decidido».
O advogado do Sindicato não irá julgar o processo de Moisés no TAD e por não conhecer os pressupostos da decisão da FIFA (que condenou o jogar a quatro meses de suspensão e o Cruzeiro à proibição de inscrever jogador em Agosto deste ano e Janeiro de 2007, para além do pagamento de dois milhões e 40 mil dólares ao Krylia) prefere não se alongar em grandes comentários. Contudo, Nogueira da Rocha defende que «o princípio de lealdade e de boa fé» existente no código de trabalho que o Sporting reforça que foi violado, não sustenta uma rescisão com justa causa.
«Acho que não justifica justa causa porque a pena não é efectiva. Daria justa causa se o jogador estivesse impossibilitado de jogar, o que não irá acontecer neste momento. Só se o TAD decidir que o jogador será suspenso, tal como a FIFA decidiu, é que o clube terá justa causa para rescindir», explicou.
Nogueira da Rocha compreende os dirigentes leoninos quando estes dizem que o jogador deveria ter informado o clube do processo que estava em curso, mas esclarece que Moisés poderia «estar ciente que era credor e não devedor» e por isso a não divulgação do processo que estava em curso não confere, por si só, justa causa para uma rescisão.
Eduardo Baethgen também partilha da mesma opinião. O advogado de Moisés reforçou ao Maisfutebol que o jogador nunca pensou ser condenado e defende que o principio de lealdade e de boa fé que foi quebrado não justifica rescisão do contrato: «Ele sabia que havia um processo na FIFA, mas não tem de ter conhecimento da legislação portuguesa. Dizer que ele deveria ter informado o clube é subjectivo. O jogador não imaginava que a decisão fosse tomada agora e muito menos que não fossem provocados os cinco meses de salários em atraso que são inequívocos. Ninguém do Sporting perguntou nada e o importante é esclarecer tudo pois acreditamos que o efeito suspensivo da suspensão vai ser dado e que o jogador vai ficar liberado para jogar.»