O departamento jurídico do Sporting está a recolher todos os elementos que irão fundamentar a participação disciplinar, que irá seguir para a Liga no decorrer desta semana, sobre a actuação do árbitro João Ferreira no jogo de sábado com o Paços de Ferreira.
Mais do que o golo marcado por Ronny com a mão, que garantiu a vitória dos pacenses, o Sporting não poupa criticas aos critérios que o juiz de Setúbal teve durante todo o jogo. Segundo fonte da SAD leonina estão a ser recolhidas «as imagens televisivas, excertos do que foi publicado na comunicação social e restantes elementos» que irão fazer parte da participação disciplinar na qual irá constar «o lance em que João Moutinho viu o cartão amarelo e foi marcado pontapé de baliza em vez de livre indirecto; o facto de dois elementos da equipa de arbitragem terem dito que estavam tapados no lance do golo; o anti-jogo da equipa do Paços de Ferreira com o qual o árbitro foi cúmplice; a atitude de mandar identificar João Alves» e mais alguns lances.
O documento está a ser elaborado e o Sporting ainda aguarda pelo envio dos relatórios do árbitro e do observador, o que faz com que talvez «só na quarta ou quinta-feira» a participação siga para a Comissão Disciplinar da Liga.
Para além do que se passou dentro das quatro linhas, o jogo de sábado à noite em Alvalade ficou ainda marcado pela expulsão de João Alves e identificação do médio por parte da policia a pedido do árbitro, no túnel de acesso aos balneários, no final do jogo. O clube leonino não se conforma com esta atitude de João Ferreira e irá explicar isso mesmo na participação que será enviada para a Liga. Pedro Barbosa também foi expulso do banco de suplentes durante o jogo.
Segundo o artigo 28º do Regulamento Disciplinar, os árbitros, árbitros assistentes, observadores dos árbitros e delegados da Liga incorrem nas penas de: advertência; repreensão registada; suspensão ou exclusão das competições profissionais. «O procedimento disciplinar [ao árbitro] depende sempre de participação (artigo 155º)» e é isso mesmo que o clube leonino irá fazer, por forma a solicitar que a Liga suspenda o juiz de Setúbal.
João Ferreira disse, em declarações ao Correi da Manhã, que «estava tapado e não viu a falta», mas admitiu que cometeu «um erro» e que teve «uma infeliz decisão». Miguel Salema Garção, director de comunicação dos leões, disse, em declarações ao site oficial do clube, que «o Sporting sempre soube distinguir o erro normal do erro grosseiro» e que «não necessita de lições do senhor João Ferreira», que reconheceu o erro. «Reconhecer o óbvio não tem especial mérito, aliás, dentro do óbvio devia ter aproveitado para se retratar também da grande penalidade que não assinalou numa falta sobre o Liedson. Seria, no entanto, muito interessante e esclarecedor, uma vez que já se dispôs a dar explicações, que este senhor esclarecesse porque razão mostrou cartão amarelo ao João Moutinho e ao Ronny em lance de pretensa simulação de grande penalidade e não o fez ao Liedson num lance que seria, embora só aos olhos do árbitro, idêntico», referiu ainda Salema Garção.