O Sporting despediu-se do estágio no Canadá com uma vitória tardia: a formação leonina foi melhor do que o Peñarol mas só chegou ao triunfo nas grandes penalidades.

No fundo foi meio triunfo: durante os noventa minutos, e sobretudo na segunda parte, a equipa de Leonardo Jardim jogou para ganhar, mas o melhor que conseguiu foi evitar a derrota.

Um golo de Cissé, aos 73 minutos, colocou a igualdade final.

O Peñarol trazia o crédito de se apresentar como o teste mais difícil deste novo Sporting e acabou por sobretudo revelar aquela que será nesta altura a maior lacuna leonina: os erros na defesa.

Os uruguaios começaram por marcar num autogolo de Maurício, aproveitaram depois (através do perigoso Estoyanoff) uma falha de marcação de Jefferson e fizeram o terceiro golo numa perda de bola de Marcos Rojo.

Três erros permitiram três golos adversários.

No fundo, e também por isso, este foi um Sporting de reação. Leonardo Jardim apresentara um onze competitivo, embora na frente entregasse o ataque a três jogos (Wilson Eduardo, Cristian Ponde e Chaby). Um trio que entrou bem no jogo e criou várias situações de remate nos primeiros minutos.

Ora por isso o golo leonino aos 16 minutos, num cruzamento dentro da área de Chaby que Ponde finalizou num excelente golpe de cabeça, não surpreendeu ninguém.

Veja como foi o jogo ao minuto

Mais surpreendente, sim, foi o empate do Peñarol na jogada seguinte, no tal autogolo de Maurício após um canto de Estoyanoff. O Sporting reagiu, porém (lá está: reação!) e fez o segundo num remate de fora da área de William Carvalho à passagem da meia hora.

A vantagem voltou a durar dois minutos: Jefferson deixou Estoyanoff fugir-lhes nas costas e fazer o empate logo na jogada a seguir.

A partir daí, e muito por causa do perigo que era este extremo direito, o Peñarol foi melhor até final da primeira parte. No segundo tempo, porém, tudo mudou: Cissé e Capel entraram em campo e agitaram o ataque. O treinador do Peñarol, por outro lado, retirava de campo Estoyanoff.

Ora os uruguaios, contra a corrente do jogo, fizeram o terceiro golo logo aos 50 minutos, após uma perda de bola de Marcos Rojo, ameçaram dez minutos depois num remate de Zalayeta e praticamente desapareceram do jogo.

A última meia hora foi toda do Sporting, o que coincidiu com a entrada em campo de Labyad.

A formação leonina só não chegou ao triunfo porque encontrou pela frente um guarda-redes inspirado: Labyad de cabeça, André Martins num remate forte e Labyad outra vez de cabeça obrigaram Castillo a excelentes defesas.

Pelo meio, porém, o mesmo Labyad assistiu Cissé, que com um remate cruzado colocou um mínimo de justiça no no resultado. Labyad e Cissé, de resto, aproveitaram este jogo para mostrar que podem ser opção.

Após o final dos noventa minutos, e perante a surpresa de jogadores e técnicos, a organização decidiu que devia haver penalties para decidir o vencedor: Labyad, Adrien, Capel, Carrillo e Rojo marcaram, Albín atirou ao poste e o Sporting continua sem conhecer um resultado mais curto do que a vitória nesta pré-época.

Ficha de jogo:

Estádio BMO Field, em Toronto

Espetadores: cerca de cinco mil

SPORTING:Rui Patrício (Marcelo, 62m) ; Cedric, Maurício (Dier, 62m), Rojo e Jefferson; William Carvalho, Rinaudo (Adrien, 62m) e André Martins (Carrillo, 80m); Wilson Eduardo (Labyad, 63m), Ponde (Cissé, 46m) e Chaby (Capel, 46m).

Suplentes: Ruben Semedo, Nii Plange, Salomão, André Santos, King e Zezinho.

PEÑAROL: Castilo; Baltasar Silva, Viera, Macaluso e Albin; Estoyanoff (Jonathan Rodriguez, 46m), Novick (Leyes, 83m), Píriz (Raguso, 83m) e Jorge Rodríguez (Amado, 74m); Pacheco (Nicolini, 74m) e Zalayeta (Santiago Silva, 74m).

Suplentes: Lerda, Aguirre e Camargo.

GOLOS: (Ponde, 16m), Maurício(19m, p.b.), William Carvalho (32m), Estoyanoff (34m), Píriz (50m) e Cissé (73m).