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Jesualdo deu esta quinta-feira uma prova de confiança no rumo que o Sporting está a levar com a aposta em jovens jogadores. O treinador diz mesmo que o clube tem todas as possibilidades de se afirmar como um clube ganhador, mas lembra que tudo fica dependente da nova direção.

«Quando cheguei tinha muitas ideias, que foram partilhadas com a administração. As decisões passam sempre por quem manda. Toda a gente percebe o que se está a passar: está aberto um quadro para quem manda decidir o que fazer. Mas até chegar a nova direção vai ser esta linha. Depois, depende. Mas não me espanta nada o que esta a acontecer. Não conhecia a maior parte dos jogadores, mas também não me eram totalmente desconhecidas. Só que uma coisa é ter ideias e outra é conhecer», referiu Jesualdo.

«Há convicções que temos e há circunstâncias que nos levam a tomar certas medidas. Quando cheguei coloquei algumas perguntas: por que é que o Sporting não ganhava tantas vezes como devia ou quais eram os recursos que havia para ter um modo de funcionamento diferente?», referiu.

Dois meses depois o treinador foi obtendo respostas às perguntas e tem hoje uma certeza: «Entendo que o Sporting tem recursos muito grandes para ser um clube estável, financeiramente equilibrado e ganhador. Agora vai depender de quem vier a seguir e tiver que decidir, seguir esta ideia ou não.»

Faltam os pilares

Jesuando entende, de resto, em relação a esta aposta na juventude, que «as vantagens são maiores do que as desvantagens», mas acrescenta que «é mais fácil, seguro e rentável que o enquadramento seja forte, para que um jogador novo cresça com segurança». «Seria muito bom para o Sporting que, no futuro, estes jogadores fossem suportados por outros de grande carácter, grande competência. Grandes referências», sustentou.

O técnico acrescentou ainda que a grande questão é saber se o mais correto é apostar primeiro na juventude ou nos elementos mais experientes, reconhecendo que «nesta altura são os mais novos que estão a suportar a equipa». «A notoriedade pode ser mais rápida, podem ser mais competitivos, e por isso mais presentes num futuro próximo. Mas é preciso também alguma sorte, pois os sucessos ajudam ao crescimento de uma pessoa. Do ponto de vista competitivo vão existir algumas oscilações, pois a equipa não é tão estável quanto uma formação experiente. Nessa altura vamos notar que faltam pilares que garantam estabilidade, mas por outro lado a agitação que cria, a forma como se entregam ao jogo e como evoluíram...é espantoso o que alguns jogadores evoluíram no último mês e meio.

Jesualdo reconheceu que os jogadores mais novos trouxeram outra cultura. «Nem melhor nem pior, apenas diferente», alertou. «São jogadores com uma ambição muito grande de chegar à equipa principal. Estão mais abertos a ouvir e aprender, mas isto não quer dizer que os outros não estejam. Ao longo da minha carreira tive jogadores com trinta e tal anos e com dezasseis ou dezassete», explicou.

Mas o Sporting é uma equipa que está obrigada sempre a ganhar, e por isso o técnico diz que, embora as pessoas possam estar muito satisfeitas agora com miúdo A ou B, quando ele falhar um passe vão assobiar». «Por isso é que digo que os sócios do Sporting devem perceber o que se passa», acrescentou, antes de falar dos elementos mais experientes do plantel: «Também sofreram com o inêxito. Ninguém gosta. O clima agora é muito mais feliz para todos. As diferenças de idade são muito curtas e há uma competitivdade muito grande.»