O curso de treinador, ou a ausência dele, neste caso, foram tema recorrente desde que Ruben Amorim assumiu o banco do Sporting.

Pouco mais de um ano volvido, o técnico que já está inscrito no nível IV, necessário para liderar uma equipa da Liga, sagrou-se campeão nacional, ao mesmo tempo que reponde por uma acusação de «fraude» num processo movido pela Associação Nacional de Treinadores de Futebol (ATNF).

Nesse sentido, o técnico do Sporting foi questionado sobre o que mudaria no acesso à profissão em Portugal, que em termos burocráticos é bastante mais complicado do que noutros países da Europa.

«Mudaria apenas o acesso na limitação do trabalho. Mas isso é algo que já foi falado mil vezes. Por exemplo, o caso do mister Luís Freire que subiu de divisão, não lhe deram nada, mas depois não lhe dão a possibilidade de inscrever-se», começou por dizer.

Amorim garante ainda que chegou a ter essa conversa com responsáveis federativos e do sindicato de jogadores, quando ainda era atleta e que expôs essa dificuldade que um jogador tinha em começar a tirar o curso.

«Eu fui jogador, ia à federação e falei várias vezes sobre isso lá e também com o sindicato. Alertei para a forma como tirávamos os cursos. Muitas vezes dizem que os jogadores podem ir tirando o curso, mas não havia essa possibilidade. As aulas eram ao sábado e à quarta-feira e só podíamos dar 10 por cento de faltas. Eu jogava no Benfica, que ia às competições europeias, como podia ir às aulas?», questionou.

Sobre o curso que está a tirar, Amorim deixa apenas um desejo, sorridente: «Espero passar e que não haja nenhum problema durante o curso», rematou.