Miguel Ferrão, adepto do Sporting que estava no grupo que invadiu a academia de Alcochete a 15 de maio de 2018, reconheceu que os acontecimentos fugiram do que estava inicialmente pensado.

«Alguém disse: 'Isto correu mal, vamos embora'. E foi aí que saí do balneário.», recordou em mais uma audição no âmbito do julgamento.

«O meu objetivo era falar com os jogadores e fazer pressão. Era entrar na academia, ir direito ao campo e parar o treino. Era confrontá-os com os resultados desportivos», apontou o adepto, que disse ter entrado naquela tarde pela primeira vez no centro de treinos dos leões.

«Parámos o carro no parque de terra batida, fui de cara tapada com uma balaclava. (...) A balaclava era para criar mais impacto nos jogadores. (...) Fui o sexto ou sétimo a entrar. Como nunca lá tinha estado, fui atrás dos outros. Fomos diretos ao campo e só vi o Jorge Jesus, não estavam os jogadores. E fui atrás dos outros à procura dos jogadores.»

Miguel Ferrão disse ter-se cruzado com Bas Dost e confrontado William Carvalho. Contou que o primeiro ainda não estava magoado e que posteriormente entrou no balnário. «O primeiro que vi foi o William Carvalho. Agarrei-o pelo braço e disse-lhe que ele não era digno de vestir a camisola do Sporting. O Coates tocou-me e perguntou o que se passava: eu disse-lhe que não sabia e que a minha intenção também não era aquela», afirmou, confessando ter assistido a «uns empurrões».