Júlio César saiu do Benfica de forma algo estranha, mas por decisão particular e por isso diz que o emblema da Luz será sempre especial. «É uma instituição que vou levar para o resto da minha vida no fundo do meu coração», disse esta quinta-feira em Lisboa durante uma conversa para as redes sociais de uma empresa de apostas.

A saída não foi só por não jogar, mas sobretudo pelo problema nas costas: «Achei que não era o momento ideal tomar tantos medicamentos sem jogar. Sempre fui uma pessoa que jogou muito mais durante toda a carreira do que estava a acontecer. O problema deixava-me um pouco depressivo. Foi uma decisão muito difícil.»

Atento ao campeonato português, o ex-guardião comentou ainda o título conquistado pelo FC Porto e explicou o que falhou para que o Benfica não vencesse o penta.

«O fator primordial foi o jogo com o FC Porto. O Benfica estava numa posição mais confortável do que o FC Porto e aquele jogo na Luz foi algo que acabou por atrapalhar os planos. Aquele golo a acabar o jogo acabou com tudo o que estava planeado.»

Júlio César também defendeu Bruno Varela, que este ano foi o guarda-redes principal do Benfica: «É um miúdo muito profissional. Tem qualidade para jogar no Benfica. Mas jogar no Benfica não é fácil, há uma pressão muito grande. Ele tem grande qualidade, só precisa de ter sequência.»

Na mesma ocasião o guarda-redes brasileiro, que se retirou recentemente dos relvados, comentou a possível chegada de Scolari a Alvalade: «É a pessoa certa para recuperar a credibilidade do Sporting.»

Sem esquecer o que se passou em maio em Alcochete, o brasileiro disse que também ele viveu algo idêntico no Brasil e explicou como é que os jogadores se sentem depois destes ataques.

«Passei por isso quatro vezes no Flamengo. Sentimos desilusão. O jogador de futebol é visto como mercenário, que só está ali para ganhar dinheiro. Quando isso acontece, o jogador perde carinho de vestir a camisola. Perdi interesse de jogar no Flamengo, mesmo sendo flamenguista.»